Por John Whitesides
WASHINGTON (Reuters) - Depois de uma campanha polarizada marcada por embates sobre raça, imigração e outros tópicos culturais, os eleitores norte-americanos votam nesta terça-feira para determinar o equilíbrio de poder do Congresso e o futuro da Presidência de Donald Trump.
As primeiras eleições parlamentares desde que Trump surpreendeu conquistando a Casa Branca em 2016 serão um referendo do presidente republicano polarizador e um teste que mostrará se os democratas conseguem transformar a energia da resistência liberal anti-Trump em vitórias nas urnas.
"Tudo que conquistamos está em jogo amanhã", disse Trump a apoiadores na noite de segunda-feira em Fort Wayne, no Estado de Indiana, durante um dos três comícios que realizou para incentivar o comparecimento no último dia antes da votação.
Todas as 435 cadeiras da Câmara dos Deputados e 35 dos 100 assentos do Senado estão em disputa nesta terça-feira nas eleições, concentradas em dezenas de corridas apertadas de costa a costa que, segundo as pesquisas, podem pender para qualquer lado. Também serão decididos 36 governos estaduais.
Segundo os institutos de pesquisa, os democratas devem conquistar o mínimo de 23 vagas que precisam para ter a maioria na Câmara, o que lhes permitiria frear a agenda legislativa de Trump e investigar seu governo.
Os republicanos devem manter sua pequena maioria no Senado, que atualmente é de duas cadeiras, preservando assim o poder para aprovar indicações à Suprema Corte e outras instâncias jurídicas.
Mas ao menos 64 disputas na Câmara continuam competitivas, de acordo com uma análise de três institutos de pesquisa apartidários feita pela Reuters, e o controle do Senado deve ser decidido em meia dúzia de corridas apertadas no Arizona, Nevada, Missouri, Dakota do Norte, Indiana e Flórida.
Os democratas também têm chance de reconquistar os governos de vários Estados disputados como Michigan, Wisconsin e Ohio, uma ajuda em potencial para o partido nestes locais na eleição presidencial de 2020.
Em uma polêmica de última hora, NBC, Fox News e Facebook (NASDAQ:FB) retiraram do ar na segunda-feira um anúncio da campanha de Trump que críticos qualificaram como racista. Na propaganda de 30 segundos, um vídeo de um tribunal que mostra um imigrante mexicano ilegal condenado em 2014 pelo assassinato de dois policiais é justaposto a cenas de imigrantes percorrendo o México.
O comparecimento do eleitorado pode ser o mais alto para eleições de meio de mandato em 50 anos, preveem especialistas.