Caracas, 10 jun (EFE).- O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, está de acordo com o vice-presidente da Colômbia, Angelino Garzón, que sugeriu que o seu país peça à ONU uma investigação de uma suposta compra de 18 aviões de guerra dos Estados Unidos pela oposição venezuelana.
Garzón fez o comentário depois que o ex-vice-presidente venezuelano José Vicente Rangel garantiu ontem em seu programa na emissora de televisão "Televén" que a oposição comprou os aviões para atacar à Venezuela a partir de uma base americana na Colômbia.
"Frente às denúncias de José V. Rangel na Venezuela acho que o melhor que a Colômbia pode fazer é solicitar a verificação da ONU", afirmou hoje Garzón em mensagem no Twitter.
Maduro disse hoje em um ato em Caracas transmitido pela TV estatal "VTV" que nos Estados Unidos a venda de armas é livre e que foi nesse mercado que um grupo de venezuelanos, com muito dinheiro e que vive em Bogotá, comprou as 18 aeronaves.
"Que se averigúe, agora não sei se a ONU, a Unasul", sugeriu Maduro e mencionou que o investigador pode ser o secretário-geral do mecanismo, o venezuelano Alí Rodríguez.
Rangel disse ontem que os aviões foram negociados no dia 27 de maio na cidade de San Antonio no Texas "entre executivos da indústria de aviões de guerra e venezuelanos da oposição", e que seriam enviados para uma base militar americana "localizada na Colômbia".
As denúncias de Rangel, que também foi ministro da Defesa, foram criticadas hoje pelo presidente do Senado colombiano, Roy Barreras, que as classificou como um "disparate" e garantiu que os colombianos não podem se deixar "provocar" por histórias como essa.
A denúncia de Rangel aconteceu um dia depois de Maduro convocar uma sessão do Conselho de Estado para definir na próxima terça-feira as relações com o governo da Colômbia.
O governo venezuelano anunciou hoje, além disso, a captura de nove supostos paramilitares colombianos que, não descartou, podem ter entrado no país com a intenção de assassinar Maduro.
As relações entre os dois países estiveram à beira de uma crise diplomática nas últimas semanas após as reações do governo de Maduro à reunião privada entre o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, e o ex-candidato presidencial venezuelano Henrique Capriles na semana passada em Bogotá. EFE