Por Vivian Sequera
CARACAS (Reuters) - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, criticou na quinta-feira as licenças dos Estados Unidos que impedem empresas que fazem negócios com empresas estatais venezuelanas alvos de sanções de fazerem pagamentos ao seu governo.
No ano passado, Washington autorizou empresas norte-americanas e europeias a retomarem aquisições do petróleo bruto venezuelano com a condição de que nenhum dinheiro fosse pago à Venezuela. Na semana passada, os Estados Unidos autorizaram Trinidad e Tobago a importar gás de um campo offshore venezuelano e impediram que o dinheiro mudasse de mãos.
As autorizações faziam parte da ação do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de encorajar negociações políticas entre Maduro e a oposição venezuelana com o objetivo principal de garantir uma eleição presidencial justa.
"Eles dizem a um país que tem permissão para negociar com a Venezuela, mas não pode pagar em dólares ou qualquer forma de dinheiro. Deve pagar com alimentos ou produtos", disse Maduro em uma transmissão. "Isso é colonialismo."
Maduro criticou o Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC) do Tesouro dos EUA, que emitiu as licenças, e disse que tenta ditar como fazer negócios com a Venezuela para empresas estatais e privadas.
"É uma piada aos países soberanos. Convoco os países soberanos e os governos da América e do Caribe a denunciar esse modelo colonial. Não aceitamos, vamos seguir nosso caminho", afirmou.
Maduro não deu detalhes sobre as próximas ações.
Após a licença para Trinidad na semana passada, a Venezuela não disse publicamente se negociará com o país caribenho.
(Reportagem de Marianna Parraga)