SÃO PAULO (Reuters) - O Banco do Brasil (SA:BBAS3) divulgou nesta quinta-feira lucro abaixo do previsto por analistas para o terceiro trimestre, pressionado por um salto nas provisões para calotes, que ofuscaram maiores ganhos com juros e tarifas, além do controle de despesas.
O maior banco do país por ativos informou que seu lucro ajustado do período ficou em 2,881 bilhões de reais, quase estável ante um ano antes e queda de 5,2 por cento na base sequencial. A previsão média de analistas ouvidos pela Reuters era de lucro recorrente de 3,017 bilhões de reais.
Incluindo efeitos extraordinários, o lucro do BB foi de 3,062 bilhões de reais, ante 2,78 bilhões no mesmo trimestre de 2014 e praticamente estável na medição sequencial.
Um destaque negativo do período foi o salto anual de 40 por cento na despesa com provisão para calotes, para 6,4 bilhões de reais. Isso depois de o índice de inadimplência acima de 90 dias subir a 2,2 por cento, alta de 0,16 ponto sobre o trimestre anterior e de 0,11 ponto ante igual etapa de 2014.
Isso mais que compensou efeitos positivos como o repasse de juros maiores a clientes, numa carteira e crédito que cresceu 9,8 por cento em 12 meses, para 804,6 bilhões de reais no conceito ampliado.
O BB teve ainda um aumento de 10,1 por cento nas receitas com tarifas, a 6,9 bilhões de reais. O banco também conseguiu manter sob controle as despesas administrativas, que avançaram 6,3 por cento em 12 meses, a 8,55 bilhões de reais.
Mas isso foi pouco para enfrentar os efeitos de uma economia em recessão, que pesou sobre famílias e empresas que tomaram empréstimos do BB nos últimos anos, quando os bancos estatais foram levados pelo governo a ir na contramão dos concorrentes privados e ampliar a oferta de financiamentos.
Com isso, a rentabilidade anualizada do BB sobre o patrimônio caiu 2,8 pontos percentuais no conceito ajustado sobre um ano antes, para 13,3 por cento. Sobre o trimestre anterior, o recuo foi de 0,9 ponto. A instituição foi levada a reduzir sua meta de 2015 para esta linha, da faixa de 14 a 17 para a de 13 a 16 por cento.
Diante dos efeitos da retração da economia, o BB também reduziu sua meta de expansão da carteira de crédito para empresas no ano, de 7 a 11 por cento para 5 a 9 por cento.
(Por Aluísio Alves)