Bruxelas, 5 mar (EFE).- O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, pediu nesta terça-feira à comissária europeia de Educação e Cultura, Androulla Vassiliou, a ampliação de programas de mobilidade como o "Erasmus mMndus" para que mais brasileiros possam estudar na Europa.
"Atualmente temos 18 mil bolsas de estudos de ciências e humanidades (...) O Brasil é muito grande. Por isso, essa quantidade de bolsas de estudos ainda é muito pequena. Pedimos uma ampliação e a assinatura de um convênio para financiar 50% dos intercâmbios", disse Mercadante à Agência Efe após a reunião com Vassiliou.
A ampliação será destinada "aos estudantes de economia criativa, cultura e arte", afirmou.
Além disso, Mercadante pediu o aumento da participação de estudantes brasileiros no Instituto Europeu de Tecnologia e Inovação, com sede em Budapeste.
"A economia brasileira está centrada na inovação tecnológica. Queremos aumentar nossa competitividade na sociedade do conhecimento, aumentar a capacidade de inovação da indústria", explicou o ministro da Educação.
O Brasil também apoiou a iniciativa de criar um ranking internacional para universidades no mundo todo, lançada pela Comissão Europeia.
"Parece ser uma proposta muito interessante. O Brasil quer participar, acompanhar e sugerir", disse Mercadante, que também garantiu pedir a colaboração dos outros países latino-americanos.
Segundo fontes europeias, a comissária recebeu bem o programa "Ciência sem Fronteiras", uma iniciativa do governo de Dilma Rousseff para que mais de 100 mil estudantes e pesquisadores brasileiros possam fazer especializações em universidades estrangeiras entre 2012 e 2015.
A comissão lembrou que cerca de 50% dos estudantes brasileiros que se beneficiam desse plano escolheram países-membro da União Europeia como destino.
A cooperação entre a UE e Brasil na área de educação superior aumentou gradativamente nos últimos anos por meio de programas como o "Erasmus Mundus", o "Marie Curie" e o "ALFA", e do diálogo estratégico sobre o assunto, impulsionado pelas duas partes em 2009, afirmaram as fontes.
Além disso, a comissão avaliou o programa de mobilidade do Mercosul, que facilita o intercâmbio de alunos entre Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela, e já concedeu suas primeiras 178 bolsas de estudos no ano passado, quando 61 delas foram destinadas a brasileiros.
Um estudo europeu sobre os obstáculos enfrentados na mobilidade de estudantes com o Brasil no ano de 2012 aponta para a necessidade da criação de um grupo de especialistas para revisar os acordos de convalidação de créditos, assim como para promover no país as "novas oportunidades de educação" oferecidas por universidades europeias.
Também é possível que instituições europeias e brasileiras achem titulações conjuntas no programa "Erasmus para todos", que deverá integrar todas as iniciativas da UE relativas a educação, formação, juventude e cultura a partir de 2014.
Após o encontro com a comissária de Educação, Mercadante também visitou o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso. EFE
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