Investing.com – O mercado reagiu mal ao balanço do Banco do Brasil (BVMF:BBAS3), com trimestre afetado negativamente pela necessidade de provisionamentos adicionais para créditos relacionados à Americanas (BVMF:AMER3). Segundo analistas, sem esse impacto, a instituição financeira teria apresentado indicadores mais robustos, possivelmente o maior lucro entre os grandes bancos. No entanto, as despesas de provisões para devedores duvidosos pesaram no resultado.
Às 13h35 (de Brasília), as ações apresentavam retração de 3,74%, a R$49,74.
Em relatório divulgado aos clientes e ao mercado, o Bank of America (NYSE:BAC) (BofA) considerou o lucro líquido gerencial de R$ 8,8 bilhões em linha com o esperado, com ROE de 20,8%.
“Os resultados refletiram um crescimento robusto dos empréstimos e do NII, mas foram compensados por elevados encargos e despesas com provisões”, ponderam os analistas Mario Pierry e Flavio Yoshida, que mencionam a provisão de R$507 milhões para Americanas, agora totalmente provisionados e uma alta de dois dígitos em despesas operacionais. O BofA segue com classificação de compra com base no valuation descontado, abaixo da média dos pares, com preço-alvo de R$65.
Em relatório, o BTG (BVMF:BPAC11) também citou as provisões da Americanas como ponto de ressalva, sendo que o total de provisões ficou acima do esperado pelo banco. Os dados, de forma geral, vieram ligeiramente abaixo do esperado pelo banco, mas que ainda demonstram resiliência da instituição financeira.
“Excluindo esse efeito, o BB teria registrado batida nos lucros, reforçando as expectativas de uma dinâmica de lucros mais favorável no quarto trimestre”, ponderam os analistas Eduardo Rosman, Ricardo Buchpiguel e Thiago Paura. O BTG segue com recomendação de compra e preço-alvo de R$66.
O Santander (BVMF:SANB11), por sua vez, considerou os resultados favoráveis, diante da estabilidade da qualidade dos ativos. “O BB reportou resultados sólidos, apesar do maior provisionamento. Dados os resultados do 3T23, o resultado líquido de 2023 a receita deve chegar mais perto do ponto médio do guidance de R$ 35 bilhões (abaixo de nossas estimativas), mas reforçando nossa visão de expansão de lucro líquido de dois dígitos em 2024”, destacam os analistas Henrique Navarro, Arnon Shirazi e Anahy Rios, que reforçam BB como escolha preferida no setor, com recomendação outperform, equivalente à compra, e preço-alvo de R$75.
Segundo a Genial Investimentos, o banco interrompeu a sequência de crescimento trimestral e ficou abaixo das estimativas e do consenso do mercado. Ainda assim, a rentabilidade foi considerada sólida, com “o Banco do Brasil em um nível semelhante ao Itaú (BVMF:ITUB4) e consideravelmente à frente do Santander e Bradesco”