MONTEVIDÉU (Reuters) - O Parlamento do Mercosul se juntou a organizações internacionais que apoiam a Argentina contra a decisão da Justiça dos Estados Unidos que determinou o pagamento a um grupo de credores que não aceitaram um programa de reestruturação.
Em sessão extraordinária nesta segunda-feira em Montevidéu, o Parlamento concordou em apoiar a gestão da dívida pelo governo da presidente Cristina Fernandez e criticou os credores e o sistema de justiça dos EUA por condicionar "seriamente a estabilidade e o desenvolvimento econômico e social" do país.
"Os fundos de hedge (...) agora querem colocar a Argentina de joelhos, com o consentimento do Supremo Tribunal dos Estados Unidos, para obter a última gota de sangue da economia e do esforço nacional", disseram os legisladores do Mercosul, em documento divulgado para a imprensa.
O Parlamento do bloco integrado por Argentina, Brasil, Uruguai, Paraguai e Venezuela disse que os presidentes de cada um dos países devem "liderar o processo de discussão da dívida externa soberana nas áreas relevantes em todo o mundo."
Nas últimas semanas, a Organização dos Estados Americanos (OEA), a União das Nações Sul-Americanas (Unasul), a Associação Latino-americana de Integração (Aladi) e a Comunidade dos Estados da América Latina e do Caribe (Celac), entre outras entidades, expressaram abertamente apoio ao país.
O ministro da Economia da Argentina, Axel Kicillof, foi nesta segunda-feira a Nova York negociar a possibilidade de pagamento aos credores para evitar um novo calote após o default em 2002 de 100 bilhões de dólares.
(Por Malena Castaldi)