Por Paul Carrel e Thomas Escritt
BERLIM (Reuters) - A Alemanha gastará o que for necessário para combater o coronavírus, que pode infectar até 70% da população da maior economia da Europa, disse a chanceler alemã, Angela Merkel, nesta quarta-feira
"Faremos o que precisarmos para passar por isso. E no final veremos o que isso significa para nosso orçamento", disse Merkel a repórteres, parecendo se distanciar da prática alemã de evitar novos financiamentos.
Embora tenha admitido que não sabe como a crise se desenrolará, Merkel disse que o risco é enorme.
"Como o vírus está por aí, e a população não tem imunidade e não existe vacinação ou terapia, uma porcentagem alta --especialistas falam em 60% a 70% da população-– será infectada se este continuar sendo o caso".
A Alemanha já relatou 1.296 casos, de acordo com o Instituto Robert Koch para o Controle de Doenças, e confirmou três mortes relacionadas ao coronavírus.
A chanceler falou depois que o jornal de grande vendagem Bild a repreendeu pelo que classificou como "o caos do corona". "Nada de aparições, nada de discurso, nada de liderança na crise", escreveu o jornal.
Merkel exortou os alemães a atentarem para sua higiene pessoal e seus contatos, recomendando que se olhem nos olhos "um segundo a mais" ao invés de apertar as mãos.
"Faremos o que for necessário como país, e isso também juntamente com a Europa", acrescentou a chanceler, que conversou com outros líderes da União Europeia e com a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, na noite de terça-feira.
"Ainda não podemos medir as consequências econômicas... mas reagiremos", afirmou Merkel, cujo governo promete um estímulo "oportuno e específico".
(Reportagem adicional de Madeline Chambers, Michael Nienaber e Thomas Seythal, em Berlim, e Jan Lopatka, em Praga)