Berlim, 4 jun (EFE).- A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, se pronunciou nesta segunda-feira favorável a estudar a criação de mecanismos de supervisão bancária, em escala europeia e a médio prazo, e de ampliar o escopo de atuação das instituições da União Europeia (UE) frente à crise da dívida.
"A médio prazo, temos de esclarecer a questão da supervisão bancária e em que medida colocamos os bancos de importância sistêmica sob um controle específico", disse Merkel, em um breve discurso ao lado do presidente da Comissão Europeia (órgão executivo da UE), José Manuel Durão Barroso, prévia a sua reunião preparatória para a próxima cúpula da UE.
O objetivo comum deve ser "combinar medidas, a curto e médio prazo", declarou Barroso, para conseguir a necessária "estabilidade e impulso ao crescimento", o que, segundo a chanceler, são "as duas faces de uma mesma moeda".
"Precisamos de mais Europa, não menos Europa", enfatizou a chanceler, enquanto o presidente da Comissão insistia em qual a via para consegui-lo consistia não só em "agir depressa", mas também em "olhar além" do imediato.
Barroso enfatizou a necessidade de que a próxima cúpula, que será realizada nos dias 28 e 29 de junho, demonstre "sinais claros aos cidadãos" de que "se está fazendo todo o necessário" para conseguir o objetivo da estabilidade e da consolidação orçamentária frente à crise.
"O pacto fiscal é um passo, mas não o único, já que a médio e longo prazo será necessário dar outros", destacou a chanceler, que utilizou o termo "mecanismos de supervisão bancária", enquanto Barroso falava diretamente sobre incluir a "união bancária" como objetivo a médio prazo.
A reunião em Chancelaria estava marcada pelo cruzamento de informações jornalísticas sucedidas desde o fim de semana passado em relação a supostas pressões de Berlim sobre a Espanha para que recorra ao fundo de resgate, assim como uma suposta mudança de postura de Merkel sobre sua rejeição aos eurobônus.
O porta-voz do governo alemão, Steffen Seibert, insistiu em rejeitar os eurobônus, ao passo que reiterou sua confiança no governo espanhol.
"O governo alemão considera que, neste momento, a emissão de eurobônus não é a resposta adequada à crise", disse Seibert, que, perguntado se estes seriam adequados em "outro momento", afirmou que, após "um processo de anos", seria possível chegar a uma situação em que se pudesse pensar em um instrumento semelhante.
"A chanceler disse com frequência que os eurobônus só poderiam ser pensados após um longo processo de integração europeia que demoraria anos, e ao término do qual eventualmente se poderia dar uma situação em que esse instrumento seria viável", respondeu o porta-voz. EFE