Por Katie Paul
NOVA YORK (Reuters) - A Meta está impedindo campanhas políticas e anunciantes de outros setores regulamentados de usar seus novos produtos de publicidade com inteligência artificial (IA) generativa, disse um porta-voz da empresa na segunda-feira, negando o acesso a ferramentas que parlamentares alertaram poder impulsionar a disseminação de desinformação eleitoral.
A Meta divulgou publicamente a decisão em atualizações feitas em sua central de ajuda após a publicação desta reportagem. Suas normas de publicidade proíbem anúncios com conteúdo que tenha sido desmentido pelos parceiros de verificação de fatos da empresa, mas não possuem regras específicas sobre IA.
"À medida que continuamos testando novas ferramentas de criação de anúncios com IA generativa no Ads Manager, os anunciantes que veiculam campanhas que se qualificam como anúncios de habitação, emprego ou crédito ou questões sociais, eleições ou política, ou relacionadas a saúde, produtos farmacêuticos ou serviços financeiros, atualmente não têm permissão para usar esses recursos de IA generativa", disse a empresa em nota anexada a várias páginas que explicam como as ferramentas funcionam.
"Acreditamos que esta abordagem nos permitirá compreender melhor os riscos potenciais e construir as salvaguardas certas para o uso de IA generativa em anúncios relacionados a tópicos potencialmente sensíveis em setores regulamentados", acrescentou.
A atualização da política ocorre um mês após a Meta, a segunda maior plataforma de anúncios digitais do mundo, anunciar que estava começando a expandir o acesso dos anunciantes a ferramentas de publicidade baseadas em IA que podem criar instantaneamente fundos, ajustes de imagem e variações de texto de anúncios em resposta a solicitações simples de texto.
O principal executivo de política da Meta, Nick Clegg, disse no mês passado que o uso de IA generativa na publicidade política era "claramente uma área em que precisamos atualizar nossas regras".
Ele alertou antes de uma recente cúpula de segurança de IA no Reino Unido que governos e empresas de tecnologia deveriam se preparar para o cenário de a tecnologia ser usada para interferir nas eleições de 2024, pedindo um foco especial no conteúdo relacionado a eleições "que passa de uma plataforma para outra".
(Reportagem de Katie Paul em Nova York)