(Reuters) - A presidente Dilma Rousseff pediu que as investigações da Lava Jato prossigam com transparência e que todos os responsáveis sejam punidos, disse neste sábado o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que criticou o uso eleitoral da operação.
"Muitas vezes há aqueles que ainda acham que estamos numa disputa eleitoral. Talvez não tenham se apercebido que o resultado das urnas já foi dado... Eu repilo veementemente a tentativa de se politizar essa investigação", disse o ministro em entrevista coletiva em São Paulo neste sábado.
Segundo ele, o governo não aceita insinuações de que se tenha tentado criar obstáculos para a investigação, e que os responsáveis serão punidos, sejam da oposição ou membros do governo, "doa a quem doer".
Cardozo disse que entrou em contato na sexta-feira com a presidente Dilma, que participa da reunião do G20, grupo formado pelas principais economias do mundo, em Brisbane, na Austrália, para deixá-la a par da situação.
"A orientação da presidente Dilma Rousseff ao Ministério da Justiça e a nossa à Polícia Federal é muito clara: investigar com absoluta transparência, com absoluta objetividade, tudo o que há de irregular, para que sejam punidas todas as pessoas que praticaram atos ilícitos", disse.
Cardozo acrescentou que a Petrobras continuará normalmente com suas operações e que pretende conversar com a presidente da estatal, Graça Foster, para ter uma clareza sobre a situação dos contratos.
"A Petrobras não pode parar. A Petrobras é uma empresa vital para o país", afirmou.
A Polícia Federal lançou na sexta-feira nova fase da Operação Lava Jato, com a prisão do ex-diretor de Engenharia, Tecnologia e Materiais da Petrobras, Renato Duque, e de executivos de empresas privadas, após uma série de denúncias de corrupção nos últimos meses envolvendo grandes obras da petroleira. [nL2N0T42LD]
Cardozo afirmou que foram cumpridos todos os 49 mandados de busca e apreensão expedidos. Além disso, dos nove de condução coercitiva, seis foram cumpridos. Também foram emitidos 25 mandados de prisão, entre preventivas e temporárias, sendo 19 cumpridas. Segundo o ministro, elas continuam valendo e as pessoas que ainda estão soltas são consideradas foragidas.
(Por Juliana Schincariol, no Rio de Janeiro; Edição de Alexandre Caverni)