Jerusalém, 17 jun (EFE).- O ministro da Economia de Israel, Naftali Benet, líder do partido ultradireitista Lar Judeu, disse que a criação de um Estado palestino não tem nenhum sentido, informaram nesta segunda-feira os meios de comunicação locais.
"A ideia de um Estado palestino chegou ao seu final. Nunca se investiu tanto tempo em algo com tão pouco sentido", afirmou o ministro em um encontro em Jerusalém com representantes do movimento colono Conselho Yesha.
O ministro israelense defendeu ainda aumentar a política de colonização judaica dos territórios palestinos. "Devemos construir, construir e construir", afirmou.
"Se o dinheiro gasto em caviar nos coquetéis em que se trata a questão do Estado palestino fosse investido em construir estradas, tudo seria diferente", acrescentou.
Segundo o ministro israelense de Economia e um dos principais membros do governo de coalizão liderado por Benjamin Netanyahu, "o maior problema é que os líderes israelenses não estão preparados para dizer claramente que a Terra de Israel (conceito que para ele inclui, além de Israel, os territórios palestinos ocupados) pertence ao povo de Israel", informou a edição digital do jornal "Haretz".
Benet opinou que "chegou o momento de um plano B", que consistiria em deixar de tentar buscar um acordo de paz com os palestinos e "conviver com a situação".
Isso implicaria ampliar a soberania israelense sobre a área C da Cisjordânia, atualmente sob controle militar e civil israelense, segundo os Acordos de Oslo, e que representa 60% desse território, melhorar as condições de vida dos palestinos e dos colonos nessa região e estabelecer uma autoridade palestina separada para o resto dos territórios ocupados.
O vice-ministro de Relações Exteriores e deputado Zeev Elkin, do partido Likud , apressou-se a afirmar que as declarações de Benet não representam a postura do primeiro- ministro.
O chefe negociador palestino Saeb Erekat, disse em comunicado que "o governo israelense declarou oficialmente a morte da solução de dois Estados".
"Nos últimos dias, altos cargos israelenses dos ministérios das Relações Exteriores, Defesa, Economia e Assuntos Religiosos fizeram declarações claras sobre sua posição para trabalhar ativamente contra a solução de dois Estados nas fronteiras de 1967 apoiada internacionalmente. Não são eventos isolados, mas uma reafirmação de plataformas políticas e crenças radicais", denunciou Erekat.
Segundo sua opinião, as declarações estão de acordo com as "políticas que o governo de Netanyahu realiza no terreno, incluída a política colonial agressiva, demolições de lares, expulsões e revogações de permissões de residência". Além disso, evidenciam "o plano de Israel de destruir toda possibilidade de um Estado palestino". EFE