Por Nivedita Balu e Eva Mathews
BENGALURU, Índia (Reuters) - O bilionário Elon Musk revelou nesta segunda-feira ter uma fatia de 9,2% no Twitter, o que o torna o maior acionista da rede social e causava uma disparada de 25% nas ações da empresa.
Musk, o homem mais rico do mundo, afirmou anteriormente que estava "pensando seriamente" em criar uma nova plataforma de mídia social, enquanto criticava o Twitter pelo que considera falta de compromisso com a liberdade de expressão.
Um documento ao mercado mostrou que Musk possui 73,5 milhões de ações do Twitter, o que avalia sua participação na empresa em até 2,9 bilhões de dólares com base no fechamento das ações na sexta-feira. As ações são detidas pelo Elon Musk Revocable Trust, do qual ele é o único beneficiário.
Musk, que segundo a Forbes possui um patrimônio de cerca de 300 bilhões de dólares, tem vendido ações de sua montadora de carros elétricos Tesla (NASDAQ:TSLA) desde novembro, quando disse que venderia 10% de sua participação na companhia. Ele já vendeu 16,4 bilhões de dólares em ações da montadora desde então.
"Isso manda uma mensagem ao Twitter ... (Musk) ter uma fatia significativa da companhia vai mantê-la de sobreaviso, uma vez que essa participação passiva poderá muito rapidamente se tornar ativa", disse Thomas Hayes, da Great Hill Capital.
Usuário notório do Twitter, Musk tem mais de 80 milhões de seguidores desde que ingressou na plataforma em 2009 e tem usado a rede social para fazer vários anúncios, incluindo comentários sobre fechar o capital da Tesla, que o fez alvo de escrutínio de autoridades do mercado de capitais norte-americano.
Ultimamente, ele tem criticado a plataforma de mídia social, dizendo que a empresa está minando a democracia ao não aderir aos princípios de liberdade de expressão.
Representantes do Twitter não estavam imediatamente disponíveis para comentar o assunto.
"O investimento de Musk representa uma parcela muito pequena de sua riqueza e uma oferta de compra de toda a empresa não deve ser descartada", disse o analista Angelo Zino, da CFRA Research.
O Twitter foi um alvo do investidor ativista Elliott Management em 2020, quando o fundo de hedge argumentou que o então co-presidente e fundador Jack Dorsey estava prestando pouca atenção ao Twitter enquanto administrava a empresa de pagamentos Square (NYSE:SQ).
Dorsey saiu do posto de presidente-executivo e de presidente do conselho de administração em novembro passado, mas continua com uma participação de 2,25% na companhia, o que o torna o sexto maior acionista da empresa, segundo dados da Refinitiv.
As ações do Twitter acumularam queda de 38% nos 12 meses até sexta-feira. Os papéis eram negociados a 49,63 dólares às 13h06 (horário de Brasília), em alta de quase 26%.