Da Redação Investing.com
Marko Kolanovic, notório touro dos mercados do JPMorgan, ajudou a criar o cenário para o rali dos mercados de capitais de hoje ao publicar uma projeção otimista para os mercados globais no segundo semestre, na qual prevê que não haverá recessão e a que a inflação terá um recuo. Na sequência, ele publicou um relatório sugerindo que um rebalanceamento ao final do mês e do trimestre poderia acarretar uma alta de 7% nos mercados de capitais na próxima semana.
No panorama global, Kolanovic destaca que o seu departamento de economia não enxerga a materialização de uma recessão este ano. A recessão não é o seu case de referência nos próximos 12 meses; na verdade, ele e sua equipe consideram que o crescimento global vai acelerar de 1,3% no primeiro semestre deste ano para 3,1% no segundo semestre. Quanto à inflação, sua equipe vislumbra queda de uma taxa anualizada de 9,4% no primeiro semestre para 4,2% no segundo semestre. Isto permitirá que os bancos centrais deem uma guinada e evitem gerar uma recessão econômica. Além disso, Kolanovic e seu departamento avaliam que a China vai acelerar para 7,5% no segundo semestre, contra crescimento basicamente zero (0,5%) no primeiro semestre. Levando em conta sua perspectiva de que não vai haver recessão, os preços dos ativos de riscos estão "baratos demais", disse.
No relatório desta manhã sobre o rebalanceamento do final de mês e trimestre, Kolanovic afirmou que, embora tais rebalanceamentos não sejam geralmente o principal motor do mercado, o da semana que vem será diferente. Isto se deve ao fato de que os mercados de capitais registraram queda considerável nos últimos períodos de um, três e seis meses, e que isso está acontecendo num momento de baixa liquidez. Além disso, o mercado se encontra numa "condição de venda excessiva, os saldos de tesouraria estão a um nível recorde e a atividade recente de shorting no mercado alcançou níveis não observados desde 2008".
"Este ano, o impacto dos rebalanceamentos tem sido significativo devido às grandes movimentações do mercado e à baixa liquidez. Por exemplo, perto do final do primeiro trimestre, o mercado caiu cerca de 10%, e atravessou um rali significativo de cerca de 7% na semana passada, na boca do fim do trimestre", Kolanovic explicou. "No rebalanceamento mensal mais recente, perto do final de maio, o mercado apresentava queda de 10%, e vivenciou um rali considerável de cerca de 7% entrando no final do mês. Vamos olhar para o atual arranjo de rebalanceamento. As ações no geral têm queda de 21% no ano (9% em relação aos títulos), 16% no trimestre (11% contra os títulos) e 9% no mês (7% contra os títulos). Os rebalanceamentos em todas as 3 janelas históricas reforçariam isso e, com base na regressão histórica, implicariam um aumento de aproximadamente 7% nas ações na próxima semana".