Por Nivedita Bhattacharjee
BENGALURU (Reuters) - Uma espaçonave indiana pousou no acidentado e inexplorado polo sul da Lua nesta quarta-feira, em uma missão considerada crucial para a exploração lunar e para a posição da Índia como potência espacial, poucos dias depois da queda de uma sonda russa semelhante.
"Este momento é inesquecível. É fenomenal. Este é um grito de vitória de uma nova Índia", disse o primeiro-ministro Narendra Modi, que agitava a bandeira indiana enquanto assistia ao desembarque direto da África do Sul, onde participa da cúpula do Brics.
Cientistas e autoridades vibraram, aplaudiram e se abraçaram quando a espaçonave pousou e pessoas em toda a Índia começaram a comemorar, soltando fogos de artifício e dançando nas ruas.
"A Índia está na lua", disse S. Somanath, chefe da Organização Indiana de Pesquisa Espacial (ISRO), quando a espaçonave Chandrayaan-3 pousou.
A Índia é o quarto país a pousar com sucesso uma espaçonave na Lua, depois de Estados Unidos, China e Rússia.
Esta foi a segunda tentativa da Índia de pousar uma espaçonave na Lua e ocorre menos de uma semana depois do fracasso da missão russa Luna-25. Pessoas em todo o país ficaram grudadas nas televisões e fizeram orações enquanto a espaçonave se aproximava da superfície.
Quase 7 milhões assistiram à transmissão ao vivo no YouTube.
Chandrayaan significa "veículo lunar" em hindi e sânscrito. Em 2019, a missão Chandrayaan-2 da ISRO implantou com sucesso um orbitador, mas seu módulo de pouso caiu.
A agência espacial russa Roskosmos parabenizou a Índia pelo pouso. "A Roskosmos parabeniza os pares indianos pelo pouso bem-sucedido da espaçonave Chandrayaan-3", afirmou em publicação em seu canal no Telegram.
Espera-se que a Chandrayaan-3 permaneça funcional por duas semanas, realizando uma série de experimentos, incluindo uma análise com espectrômetro da composição mineral da superfície lunar.
O veículo lunar levará algumas horas ou um dia para sair da espaçonave, disse Somanath aos repórteres, acrescentando que o pouso deu à Índia confiança para estender seu alcance a possíveis viagens a Marte e Vênus.
O terreno acidentado torna difícil um pouso no polo sul, e um primeiro pouso é histórico. O gelo da região poderia fornecer combustível, oxigênio e água potável para futuras missões.