Por YP Rajesh e Sakshi Dayal
NOVA DÉLHI (Reuters) - O rover lunar indiano da espaçonave Chandrayaan-3 começou a explorar nesta quinta-feira a superfície do polo sul da Lua e conduzir experimentos, disse o chefe da agência espacial da Índia.
A espaçonave pousou no inexplorado polo sul da Lua na quarta-feira, tornando a Índia o primeiro país a alcançar esse feito poucos dias depois que a sonda russa Luna-25 falhou em uma missão semelhante.
A aterrissagem suave do módulo de pouso após uma tentativa fracassada em 2019 gerou alegria e celebração generalizadas no país mais populoso do mundo. A mídia saudou o pouso histórico como o maior feito científico da Índia.
O chefe da Organização Indiana de Pesquisa Espacial (ISRO), S. Somanath, disse que o módulo de pouso e o veículo espacial estão em boas condições e "ambos estão funcionando muito bem", mas os experimentos ainda não começaram.
O veículo, denominado "Pragyan", possui dois instrumentos para conduzir experimentos de elementos e composição química, e um exercício robótico de planejamento de trajetória para futuras explorações.
Chandrayaan significa "veículo lunar" em hindi e sânscrito. Espera-se que o rover permaneça funcional por duas semanas, ou um dia lunar, período de tempo em que seu equipamento movido a energia solar foi construído para durar.
Somanath disse que havia “muitos problemas” na superfície da Lua que a ISRO enfrentará pela primeira vez, especialmente poeira lunar e temperaturas que podem impactar partes móveis.
"Os mecanismos, os itens móveis... podem ficar emperrados com a poeira ali. Ela pode entrar nas peças móveis e travá-las, os rolamentos do sistema podem não funcionar, os motores podem não funcionar", disse ele ao canal CNN-News 18.
O polo sul da Lua é cobiçado por causa da água congelada presente na região. A água pode vir a ser uma fonte de combustível, oxigênio e para consumo humano em missões futuras, mas o terreno acidentado da região torna a aterrissagem um desafio.
Pessoas de todo a Índia assistiram ao pouso na quarta-feira, com quase 7 milhões de espectadores acompanhando a transmissão ao vivo pelo YouTube.
((Tradução Redação São Paulo, +55 11 5047-3075))
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