SÃO PAULO (Reuters) - O navio iraniano Bavand, que estava parado nos arredores do porto de Paranaguá (PR) desde o início de junho, deixou a área nesta segunda-feira rumo ao Irã, após ser abastecido pela Petrobras mediante decisão judicial, informou a assessoria de imprensa do porto.
O Bavand partiu por volta das 11h30, dois dias depois de o navio Termeh, outra embarcação de bandeira iraniana que estava perto de Paranaguá, parada por falta de combustível, deixar o porto em direção a Imbituba (SC), onde será carregado com milho, antes de voltar à República Islâmica.
A Petrobras vinha se recusando a abastecer os navios por temores de reações dos Estados Unidos, que possuem sanções em vigor contra o Irã --medidas que, apesar de não focarem nos embarques de alimentos, envolvem Bavand e Termeh.
O Bavand partiu ao Irã com um carregamento de cerca de 50 mil toneladas de milho, cujo embarque ocorrera em maio, enquanto o Termeh receberá 66 mil toneladas do grão em Imbituba.
A movimentação só foi possível depois de o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, determinar na semana passada que a Petrobras fornecesse combustível aos navios, dado que as embarcações possuem contrato com a brasileira Eleva, que não é alvo das sanções norte-americanas.
Ao decidir pelo abastecimento, Toffoli disse também que o impedimento da empresa de concluir o negócio traria prejuízos ao Brasil, que tem no Irã o seu maior mercado para exportação de milho.
Outros dois navios iranianos, também afretados pela Eleva, estão em Imbituba: o Ganj atracado e o Delruba, fundeado, segundo informação do porto catarinense.
Um terceiro navio contratado pela empresa, o Daryabar, que carregou milho em Imbituba, deixou o porto no início do mês.
De acordo com representante da Eleva, os navios Ganj, Delruba e Daryabar não necessitaram de abastecimento da Petrobras.
As embarcações trouxeram ureia ao Brasil e deverão retornar com milho, carregado em Imbituba.
(Por Gabriel Araujo, Roberto Samora e Marta Nogueira)