SÃO PAULO (Reuters) - A Nestlé e a elétrica Enel (BIT:ENEI) anunciaram nesta quinta-feira a criação de três consórcios de autoprodução de energia eólica no Brasil, que irão abastecer cinco unidades fabris da Nestlé no país.
As usinas eólicas, localizadas no complexo Cumaru, no Rio Grande do Norte, foram construídas e são operadas pela Enel Green Power, braço da companhia italiana para o setor de geração renovável. O valor dos investimentos no empreendimento não foram divulgados.
A Nestlé deterá participação de 40% a 47% nas três usinas, que gerarão energia para abastecer as fábricas da Nestlé localizadas nos Estados de São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais, responsáveis pela fabricação de itens como leite Ninho, chocolates Garoto e produtos de nutrição animal da Purina.
A operação já foi aprovada pelo órgão antitruste Cade e segue para aprovação da agência reguladora Aneel.
A autoprodução é uma das modalidades de contratação de energia elétrica mais procuradas pelos grandes consumidores. Ao se tornarem produtores de sua própria energia, indústrias eletrointensivas obtêm incentivos que reduzem expressivamente os custos finais do insumo, como descontos no uso dos sistemas de transmissão e distribuição de energia e isenção do pagamento de encargos setoriais.
"A autoprodução também vai proporcionar maior estabilidade nos custos, uma vez que as tarifas tendem a ser mais previsíveis", disse Marcelo Melchior, CEO da Nestlé Brasil, em nota.
Segundo o executivo da Nestlé, a empresa têm todas as suas fábricas abastecidas por energia renovável desde 2017, e vem buscando diversificação de fontes para avançar na transição energética, em linha com a meta de ser uma empresa "net zero" até 2050.
"Queremos seguir atuando como um impulsionador da transição energética e da diversificação do uso de fontes renováveis no Brasil, auxiliando nossos clientes nesta jornada de redução de emissões de carbono", disse Antonio Scala, CEO da Enel Brasil.
A companhia de origem italiana é um dos principais geradores de energia renovável do país, com 6,5 gigawatts (GW) de capacidade instalada em operação, além de ter importante atuação no setor de distribuição de energia, com concessionárias nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará.
(Por Letícia Fucuchima)