Por Maki Shiraki e Naomi Tajitsu
TÓQUIO (Reuters) - A Nissan disse nesta sexta-feira que Hiroto Saikawa permaneceria como presidente-executivo, apoiando o protegido do ex-chefe Carlos Ghosn, mesmo que o principal acionista, Renault, tivesse pressionado por uma mudança na liderança da montadora japonesa.
A renomeação de Saikawa deve ser vista como uma rejeição à Renault, que pressionou por mudanças na liderança como um prelúdio para as negociações de fusão, disseram fontes à Reuters. Saikawa - que há muito tempo se opõe à integração total - é visto como um obstáculo à união, disseram várias pessoas.
A Nissan propôs que o presidente-executivo da Renault, Thierry Bollore, participe do conselho, enquanto o presidente do conselho da Renault, Jean-Dominique Senard, permanecerá na empresa. O conselho será aumentado para 11 membros de oito, e incluirá sete diretores externos. As propostas serão submetidas ao voto dos acionistas em junho.
A composição da diretoria da Nissan tem vastas implicações para a aliança Nissan-Renault. A relação desigual entre eles - a menor Renault tem a maior participação na Nissan - tem sido uma fonte de atrito.
O conselho apoiou unanimemente Saikawa, mesmo reconhecendo que ele não fez o suficiente para conter Ghosn, disse um diretor externo. Ghosn, que foi acusado de má conduta financeira, negou as irregularidades.
"Embora existam questões relativas à responsabilidade da Saikawa, consideramos mais construtivo o foco na cooperação dentro da aliança, a recuperação da Nissan e seu plano estratégico", disse Keiko Ihara.
"Tivemos um debate robusto, tomamos o nosso tempo para olhar para os riscos... mas no final todos os diretores concordaram com a nomeação", disse ela, acrescentando que Senard, da Renault, havia concordado em uma reunião no início desta semana para o decisão de manter Saikawa.