Por Lisa Richwine
LOS ANGELES (Reuters) - "No Ritmo do Coração", um filme comovente sobre uma família surda com uma filha ouvinte, ganhou o prêmio de melhor filme no Oscar na noite de domingo, em uma cerimônia ofuscada pelo tapa que o vencedor do prêmio de melhor ator, Will Smith, acertou no apresentador Chris Rock.
"No Ritmo do Coração" se tornou o primeiro filme de um serviço de streaming, a Apple (NASDAQ:AAPL) TV+, a ganhar o maior prêmio da indústria cinematográfica.
Em um momento que inicialmente parecia uma das piadas que animam a transmissão do Oscar, Smith subiu ao palco e deu um tapa em Rock depois que o apresentador fez uma piada sobre a esposa do ator, Jada Pinkett Smith.
Minutos depois, Smith soube que havia conquistado o prêmio de melhor ator. Em seu discurso, ele começou a chorar e pediu desculpas aos colegas indicados e à Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, mas não a Rock.
A briga contrastou com os momentos alegres associados a "No Ritmo do Coração". Quando o filme ganhou os prêmios de melhor filme, melhor ator coadjuvante e melhor roteiro adaptado, quase todos na plateia se levantaram e aplaudiram em linguagem de sinais.
"No Ritmo do Coração" derrotou o concorrente "Ataque dos Cães", da Netflix (NASDAQ:NFLX) (SA:NFLX34), e obras de estúdios tradicionais de Hollywood.
"Eu realmente quero agradecer à Academia por reconhecer um filme de amor e família neste momento difícil que precisamos hoje", disse o produtor Patrick Wachsberger na frente do elenco do filme no palco.
VOLTA DO GLAMOUR
A cerimônia de premiação mais prestigiada de Hollywood voltou ao brilho total depois que as restrições da pandemia limitaram o evento do ano passado.
Mas o clima ficou sombrio depois do episódio envolvendo Smith, que ganhou o prêmio de melhor ator por interpretar o pai determinado das lendas do tênis Venus e Serena Williams em "King Richard: Criando Campeãs".
Em seu pedido de desculpas ao receber o prêmio, ele disse: "Richard Williams era um defensor feroz de sua família. A arte imita a vida. Eu pareço o pai louco, assim como eles disseram sobre Richard Williams. Mas o amor fará você fazer coisas loucas."
A Academia de cinema afirmou no Twitter que "não tolera violência de nenhuma forma".
Em outras premiações, Jane Campion se tornou apenas a terceira mulher nos 94 anos de história do Oscar a ganhar o prêmio de melhor diretora, por seu "Ataque dos Cães".
Jessica Chastain ganhou o prêmio de melhor atriz por interpretar a televangelista Tammy Faye Bakker em "Os Olhos de Tammy Faye".
Troy Kotsur fez história como o primeiro surdo a levar um Oscar, ganhando o prêmio de melhor ator coadjuvante por "No Ritmo do Coração". Kotsur interpretou Frank Rossi (SA:RSID3), o pai de uma adolescente que luta para ajudar o negócio de pesca de sua família enquanto busca suas próprias aspirações na música.
"Isto é dedicado à comunidade surda, à comunidade 'CODA' (nome do filme em inglês, um acrônimo para 'filhos de pais surdos') e à comunidade com deficiência. Este é o nosso momento", disse Kotsur em um discurso feito em linguagem de sinais.
O prêmio de atriz coadjuvante foi para Ariana DeBose por interpretar a espirituosa Anita, que canta "America" no remake de Steven Spielberg de "Amor, Sublime Amor".
A atriz afrolatina pediu ao público que a imaginasse jovem "no banco de trás de um Ford Focus branco".
"Você vê uma latina queer, abertamente queer, que encontrou sua força na vida através da arte", disse ela.
O épico de ficção científica "Duna" conquistou o maior número de prêmios da noite, ganhando seis prêmios em categorias como fotografia e edição.