SÃO PAULO/OSLO (Reuters) - A petroleira Statoil fechou parceria com a também norueguesa Scatec Solar para investir em projetos de energia solar no Brasil, informaram as empresas nesta quarta-feira.
O anúncio vem em um momento em que grandes companhias de petróleo europeias intensificam sua expansão em energia renovável para buscar novas fontes de receita em meio aos baixos preços do combustível fóssil nos últimos anos.
A Statoil terá uma fatia de 50 por cento na joint venture com a Scatec para investimentos no Brasil.
O negócio terá início com investimento da Statoil na compra de uma participação de 40 por cento no complexo Apodi, com capacidade de 162 megawatts, no qual a Scatec já era acionista majoritária.
O diretor da Scatec Solar para o Brasil, Marcelo Taulois, disse à Reuters que as empresas ainda buscarão novas oportunidades, com a possibilidade de avaliar a aquisição de projetos já desenvolvidos ou de participar de futuros leilões do governo para a contratação de novas usinas.
Ele não quis comentar, no entanto, se as companhias poderiam estrear a parceria já no leilão A-4 agendado pelo governo brasileiro para dezembro, que contratará usinas para operação a partir de 2021.
"Não vou comentar se a gente vai estar no próximo leilão, ou daqui dois, três leilões, mas você com certeza vai ver nossa presença em breve no mercado, a gente está aberto para qualquer tipo de negócio", disse.
"A gente vai olhar projetos que a gente considere de grande porte, do tamanho de Apodi pra cima. Existe um apetite grande, mas existe um cuidado enorme na seleção de projetos e não existe pressa", completou o executivo.
APODI
A usina de Apodi, no Ceará, primeiro projeto da joint venture, tem investimento estimado em 677 milhões de reais e deve estar em plena operação em outubro de 2018.
"O ativo Apodi é um primeiro passo rumo à indústria de energia solar e pode demonstrar como essa energia pode fornecer à Statoil oportunidades de crescimento lucrativas", disse a Statoil em comunicado.
Segundo Taulois, da Scatec, o empreendimento utilizará placas fotovoltaicas importadas de uma fornecedora chinesa, enquanto outros equipamentos, como inversores e trackers, que permitem que os painéis acompanhem o movimetno do Sol ao longo do dia, serão produzidos localmente.
(Por Luciano Costa; reportagem adicional de Joachim Dagenborg em Oslo)