Por David Brough
LONDRES (Reuters) - A nova refinaria de açúcar da Etihad na Babilônia, no Iraque, está elevando a produção antes do previsto, mudando boa parte da necessidade de importação do país para açúcar bruto originado no Brasil, em lugar de açúcar branco, disseram fontes do mercado.
"A refinaria Etihad revolucionou a oferta do Iraque", disse uma fonte sênior do mercado.
Um maior volume de importação de açúcar bruto pelo Iraque indica que as tradicionais compras de açúcar branco de refinarias regionais, como a Al Khaleej, Dubai, irão cair.
Duas fontes do mercado estimaram que o Iraque importou pelo menos 300 mil toneladas de açúcar da brasileira Alvean, uma joint venture entre a Cargill e a Copersucar, nos últimos seis meses.
Uma terceira fonte citou quatro carregamentos de 40 mil toneladas cada da Alvean para o Iraque desde o ano passado, incluindo um navio que deverá ser carregado em Santos nos próximos dias.
Todo o açúcar é proveniente do Brasil, segundo as fontes.
Representantes da usina da Etihad não estavam disponíveis para comentar.
A refinaria começou a operar este ano e está agora processando cerca de 2 mil toneladas diárias, com um potencial de alcançar 3 mil toneladas diárias provavelmente dentro de um ano, disseram as fontes do mercado.
Uma das fontes estimou que a Al Khaleej vendeu cerca de 300 mil toneladas de açúcar branco para o Iraque até o momento neste ano, ante cerca de 600 mil toneladas no mesmo período do ano passado.
O Iraque geralmente importa mais de 1 milhão de toneladas de açúcar refinado por ano.
Fontes do mercado disseram que a refinaria elevou a produção nos últimos meses mais rápido que o esperado.
"Nós nos surpreendemos com a rapidez com que ela estava operando", disse uma fonte do mercado europeu. "A refinaria está funcionando incrivelmente bem."