Por Joseph Ax
NOVA YORK (Reuters) - A cidade de Nova York concordou em pagar milhões de dólares a manifestantes que processaram o Departamento de Polícia, alegando terem sido maltratados durante um protesto por justiça racial em junho de 2020 que se seguiu ao assassinato de George Floyd.
O acordo proposto concederia 21.500 dólares a cada uma das mais de 300 pessoas presas no bairro de Mott Haven, no Bronx, caso ele seja aprovado por um juiz federal.
A manifestação de 4 de junho foi um dos inúmeros protestos na cidade de Nova York e em todo o país após o assassinato de Floyd, um homem negro desarmado que morreu em 25 de maio de 2020 quando um policial de Mineápolis pressionou seu pescoço no chão com o joelho por cerca de nove minutos.
De acordo com uma ação coletiva movida no final de 2020, a polícia de Nova York prendeu centenas de manifestantes pacíficos em uma estratégia conhecida como "chaleira" antes da entrada em vigor de um toque de recolher às 20 horas e, em seguida, iniciou prisões em massa, usando cassetetes e spray de pimenta contra alguns dos manifestantes.
"No curso deste litígio, descobrimos que esta operação foi pré-planejada e coordenada nos níveis mais altos do Departamento de Polícia de Nova York", disse Ali Frick, uma das advogadas que apresentou o caso, em entrevista. Ela disse que o acordo parece ser o maior de todos os tempos com base em indenização por pessoa para qualquer ação coletiva relacionada a detenções em massa.
Em um comunicado, o Departamento de Polícia da cidade de Nova York disse que a manifestação ocorreu em um "momento desafiador" quando os policiais --já lidando com as tensões da pandemia da Covid-19-- tentaram equilibrar o direito das pessoas de protestar com as questões de segurança.
Os pagamentos totais podem chegar a cerca de 7 milhões de dólares, sem incluir honorários advocatícios, mas uma contabilidade precisa ainda não estava disponível.
No mês passado, o conselho civil de revisão da polícia da cidade recomendou que 146 policiais enfrentassem ações disciplinares por uso excessivo da força e outras más condutas durante os protestos de 2020.
(Reportagem de Joseph Axe)