Por Francesca Landini e Giancarlo Navach
MILÃO (Reuters) - A Enel (BIT:ENEI), da Itália, concentrará seus investimentos em redes elétricas nos próximos três anos e adotará uma abordagem mais cautelosa em relação aos gastos com projetos de energia renovável, afirmou seu novo presidente-executivo, Flavio Cattaneo, nesta quarta-feira.
A companhia, até então a maior desenvolvedora de energias renováveis listada do mundo, planeja um gasto de capital bruto de 35,8 bilhões de euros em seu plano até 2026, dos quais quase 19 bilhões de euros serão destinados a modernizar e tornar suas redes mais resilientes.
Os investimentos em energias renováveis serão mais seletivos diante do aumento das taxas de juros e dos custos de insumos, afirmou a Enel, acrescentando que gastará no período um montante bruto de 12,1 bilhões de euros em energia eólica terrestre, solar e armazenamento de bateria.
O grupo planeja adicionar cerca de 13 gigawatts (GW) de nova capacidade de energia verde globalmente, também por meio de parcerias com outros grupos.
A dívida líquida este ano deve diminuir para 60 bilhões a 61 bilhões de euros, permanecendo elevada por mais tempo do que o indicado no plano de negócios anterior, após algumas das vendas de ativos planejadas pela administração anterior se mostrarem mais difíceis de finalizar.
O aumento do endividamento foi uma das razões pelas quais o governo italiano, o maior acionista individual da Enel, decidiu destituir o CEO anterior, Francesco Starace.
O novo presidente prometeu gastar apenas o dinheiro gerado pelo negócio, sem aumentar o endividamento.
"Como em uma família, você pode contrair dívidas para comprar uma casa, mas se sair para jantar aumentando sua dívida, não é bom", disse Cattaneo.
(Reportagem de Francesca Landini e Giancarlo Navach; reportagem adicional de Keith Weir)