RIO DE JANEIRO (Reuters) - A geração nuclear deverá ganhar mais espaço no planejamento de longo prazo do governo para o setor elétrico do Brasil, disse nesta sexta-feira o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, após participar de evento no Rio de Janeiro.
O chamado Plano Nacional de Energia 2050, que apontará diretrizes para a expansão da matriz energética do país nas próximas décadas, deverá ser divulgado pelo governo no segundo semestre, disse Albuquerque, que defendeu que o país "deve e pode" incluir uma presença maior da fonte nuclear no documento.
A última versão do plano de longo prazo, o PNE 2030, foi concluída em 2011, com a previsão de que o país poderia construir mais quatro usinas atômicas.
Mas um incidente na central nuclear japonesa de Fukushima no mesmo ano, após um terremoto, praticamente paralisou as discussões sobre as novas usinas nucleares no Brasil.
Desde então, os planos para a fonte também foram atrapalhados pelas dificuldades para conclusão da usina nuclear de Angra 3, cujo projeto teve início ainda nos anos 80.
A construção da unidade, sob responsabilidade da Eletronuclear, subsidiária da Eletrobras (SA:ELET3), foi paralisada no final de 2015, em meio à falta de recursos da estatal e ao envolvimento de contratadas em investigações de autoridades na Operação Lava Jato.
O governo ainda trabalha na definição de um modelo de negócio para retomar as obras da usina, que poderá ser divulgado ainda neste mês, segundo Albuquerque.
(Por Rodrigo Viga Gaier)