Money Times - A Oi, que enfrenta a maior recuperação judicial da história brasileira, disse nesta quarta-feira (13) ter entrado em um acordo com os detentores de sua dívida para reduzir o seu endividamento e sair da situação de penúria financeira.
A solução só foi encontrada após a tele melhorar muito os termos para os credores, que nos últimos meses mantinham uma posição irredutível para avançar com os planos propostos pela diretoria.
Com a nova proposta de reestruturação, que será votada em assembleia na próxima terça-feira (19), os credores aceitaram uma redução de 80% em sua dívida a receber em troca de 73,7% da empresa.
“Os novos termos são muito piores para os acionistas do que as versões anteriores, mas ainda melhor do que a nossa estimativa atual (de uma entrega de 85% da empresa)”, explicam os analistas do Credit Suisse, Daniel Federle, Felipe Cheng e Juan Pablo Alba.
Para eles, este plano agora tem maiores chances de ser aprovado, com mudanças mínimas. Por volta das 12h, os papéis preferenciais (SA:OIBR4) caiam 7,67%, a R$ 3,65, e os ordinários (SA:OIBR3) deslizam 17,18%, a R$ 4,05. O Ibovespa sobe 0,71%, a 74.345 pontos.
O que fazer com as ações?
A recomendação do Credit Suisse para os papéis OIBR4 é neutra, com preço-alvo de R$ 2,30. O valor é, portanto, bem abaixo do negociado atualmente na B3 (SA:BVMF3).
Os analistas lembram, contudo, que esta medida irá reduzir a gigantesca dívida de R$ 64 bilhões da Oi para R$ 29 bilhões. A dívida líquida irá ficar em R$ 21 bilhões.
Considerando os novos termos, e assumindo um múltiplo justo de 4 vezes o valor da empresa sobre o Ebitda (EV/Ebitda) esperado para 2018, o Credit Suisse estima um valor da empresa de R$ 28 bilhões e de R$ 6,9 bilhões para o valor patrimonial, o que resulta em R$ 2,70 para as OIBR3.
O banco ressalta é que estando mais saudável, a Oi fica mais atraente para uma venda potencial de ativos não essenciais, recuperação de depósitos judiciais, uma possível fusão com a TIM (SA:TIMP3) ou ainda uma venda da empresa para a China Telecom.
Ou seja, a empresa agora passa a ter mais riscos de alta. Se por um lado os acionistas foram diluídos, por outro eles têm na mão agora uma ação mais atraente do que tinham anteriormente.
Por Money Times