Lucía Leal.
Washington, 27 set (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, conversou nesta sexta-feira com o primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, sobre sua vontade de aprofundar o comércio bilateral e diminuir as tensões entre Índia e seus vizinhos Afeganistão e Paquistão, além de comparar ideias sobre o conflito na Síria.
Obama recebeu Singh na Casa Branca pela primeira vez desde 2009, em um encontro sem anúncios concretos mas que, segundo os dois líderes, serviu para aprofundar relações que frequentemente são eclipsadas por outras prioridades de política externa, mas que têm grande importância estratégica para ambas as potências.
"Em sua qualidade das duas maiores democracias do mundo, de países que há muito tempo estão buscando a paz e a prosperidade para seu povo, há uma convergência natural entre Estados Unidos e Índia", disse Obama aos jornalistas após a reunião.
O grosso da conversa se centrou na área econômica e comercial, apesar do líder indiano não ter duvidado em deixar clara sua posição em relação ao Afeganistão e Paquistão.
A reunião entre Obama e Singh aconteceu dois dias antes de uma esperada reunião em Nova York entre o primeiro-ministro da Índia e seu colega paquistanês, Nawaz Sharif.
Apesar de Obama ter assinalado que ambos os países têm um "interesse partilhado em ver uma redução pacífica das tensões no subcontinente", Singh expressou seu ceticismo perante a reunião, especialmente após o ataque da quinta-feira contra uma delegacia e um quartel na Caxemira indiana, que deixou 12 mortos.
"Desejo me reunir com Nawaz, mas é preciso diminuir as expectativas devido ao braço de terror que continua ativo em nosso subcontinente", destacou o líder indiano.
Obama e Singh falaram também da preocupação da Índia que os talibãs preencham o vazio deixado pela retirada de tropas americanas do Afeganistão e também com o papel que o Paquistão terá no processo de reconciliação afegão.
"Expliquei ao presidente Obama as dificuldades que enfrentamos, visto que o epicentro de terrorismo continua centrado no Paquistão", afirmou o primeiro-ministro da Índia.
O presidente americano, por sua vez, destacou que tanto para seu país como para a Índia interessa se assegurar que "os direitos de todos os afegãos sejam respeitados e que as eleições (de 2014) aconteçam em uma forma como força a estabilidade no país".
Obama aproveitou a reunião para repercutir o acordo feito entre EUA e Rússia para desbloquear as negociações sobre a Síria no Conselho de Segurança da ONU e considerou que a minuta de resolução adotada é "uma vitória potencialmente enorme para a comunidade internacional".
Singh felicitou Obama "por sua coragem ao dar outra oportunidade à diplomacia" no que se refere à Síria, dado que evitar a via militar "é do interesse da região à qual pertence a Índia".
Ambos também falaram da alta do comércio bilateral, que quintuplicou nos últimos 13 anos, enquanto as exportações de Washington ao país asiático cresceram 37% desde 2009.
Apesar da sólida troca bilateral, o crescimento da Índia caiu 4,4% no último trimestre e as corporações americanas aumentaram suas denúncias sobre as estritas leis indianas, que supostamente obrigam a comprar provisões locais e não protegem suficientemente a propriedade intelectual.
Por sua vez, as empresas indianas estão preocupadas que a reforma migratória que está sendo debatida nos EUA possa afetar seu modelo de negócio, segundo explicou Tanvi Madan, diretora do projeto sobre Índia no centro de estudos Brookings.
Singh e Obama falaram da luta contra a pobreza na Índia, da cooperação contra a mudança climática e a busca de energias limpas, além de sobre o comércio militar bilateral, pouco depois de o Departamento de Defesa ter oferecido à Índia fabricar conjuntamente o míssil antitanque portátil Javelin.
Obama lembrou, além disso, que, há poucos dias, ambos os países fecharam "o primeiro acordo comercial entre uma companhia americana e Índia sobre energia nuclear civil", em aparente referência a um pacto preliminar com a empresa Westinghouse Electric para desenvolver uma usina nuclear com tecnologia americana. EFE
llb/ma
Washington, 27 set (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, conversou nesta sexta-feira com o primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, sobre sua vontade de aprofundar o comércio bilateral e diminuir as tensões entre Índia e seus vizinhos Afeganistão e Paquistão, além de comparar ideias sobre o conflito na Síria.
Obama recebeu Singh na Casa Branca pela primeira vez desde 2009, em um encontro sem anúncios concretos mas que, segundo os dois líderes, serviu para aprofundar relações que frequentemente são eclipsadas por outras prioridades de política externa, mas que têm grande importância estratégica para ambas as potências.
"Em sua qualidade das duas maiores democracias do mundo, de países que há muito tempo estão buscando a paz e a prosperidade para seu povo, há uma convergência natural entre Estados Unidos e Índia", disse Obama aos jornalistas após a reunião.
O grosso da conversa se centrou na área econômica e comercial, apesar do líder indiano não ter duvidado em deixar clara sua posição em relação ao Afeganistão e Paquistão.
A reunião entre Obama e Singh aconteceu dois dias antes de uma esperada reunião em Nova York entre o primeiro-ministro da Índia e seu colega paquistanês, Nawaz Sharif.
Apesar de Obama ter assinalado que ambos os países têm um "interesse partilhado em ver uma redução pacífica das tensões no subcontinente", Singh expressou seu ceticismo perante a reunião, especialmente após o ataque da quinta-feira contra uma delegacia e um quartel na Caxemira indiana, que deixou 12 mortos.
"Desejo me reunir com Nawaz, mas é preciso diminuir as expectativas devido ao braço de terror que continua ativo em nosso subcontinente", destacou o líder indiano.
Obama e Singh falaram também da preocupação da Índia que os talibãs preencham o vazio deixado pela retirada de tropas americanas do Afeganistão e também com o papel que o Paquistão terá no processo de reconciliação afegão.
"Expliquei ao presidente Obama as dificuldades que enfrentamos, visto que o epicentro de terrorismo continua centrado no Paquistão", afirmou o primeiro-ministro da Índia.
O presidente americano, por sua vez, destacou que tanto para seu país como para a Índia interessa se assegurar que "os direitos de todos os afegãos sejam respeitados e que as eleições (de 2014) aconteçam em uma forma como força a estabilidade no país".
Obama aproveitou a reunião para repercutir o acordo feito entre EUA e Rússia para desbloquear as negociações sobre a Síria no Conselho de Segurança da ONU e considerou que a minuta de resolução adotada é "uma vitória potencialmente enorme para a comunidade internacional".
Singh felicitou Obama "por sua coragem ao dar outra oportunidade à diplomacia" no que se refere à Síria, dado que evitar a via militar "é do interesse da região à qual pertence a Índia".
Ambos também falaram da alta do comércio bilateral, que quintuplicou nos últimos 13 anos, enquanto as exportações de Washington ao país asiático cresceram 37% desde 2009.
Apesar da sólida troca bilateral, o crescimento da Índia caiu 4,4% no último trimestre e as corporações americanas aumentaram suas denúncias sobre as estritas leis indianas, que supostamente obrigam a comprar provisões locais e não protegem suficientemente a propriedade intelectual.
Por sua vez, as empresas indianas estão preocupadas que a reforma migratória que está sendo debatida nos EUA possa afetar seu modelo de negócio, segundo explicou Tanvi Madan, diretora do projeto sobre Índia no centro de estudos Brookings.
Singh e Obama falaram da luta contra a pobreza na Índia, da cooperação contra a mudança climática e a busca de energias limpas, além de sobre o comércio militar bilateral, pouco depois de o Departamento de Defesa ter oferecido à Índia fabricar conjuntamente o míssil antitanque portátil Javelin.
Obama lembrou, além disso, que, há poucos dias, ambos os países fecharam "o primeiro acordo comercial entre uma companhia americana e Índia sobre energia nuclear civil", em aparente referência a um pacto preliminar com a empresa Westinghouse Electric para desenvolver uma usina nuclear com tecnologia americana. EFE
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