LONDRES (Reuters) - A mineradora global Rio Tinto prevê que o excedente de produção irá pressionar os preços do cobre no médio prazo e disse que sua produção dessa commodity irá encolher em 2015, principalmente devido à reforma em sua unidade Kennecott Utah, nos Estados Unidos, para evitar outro deslizamento de terra.
A operação de Kennecott foi atingida por um deslizamento de grande dimensão em abril do ano passado, que deslocou 150 milhões de toneladas de material e soterrou uma seção da mina de poço a céu aberto.
Para evitar uma repetição, a Rio Tinto terá que realizar obras para proteger a estabilidade do muro do poço, uma das principais razões pelas quais a produção cairá para 500-535 mil toneladas no ano que vem --em 2014 ela foi estimada em 615 mil toneladas.
O cobre é a terceira maior fonte de lucro da Rio Tinto, que também extrai minério de ferro e diamantes.
"Quando o deslizamento aconteceu, foi tomada a decisão de recomeçar o mais rápido possível… para utilizar tantas unidades de cobre e tanto dinheiro quanto pudéssemos. Mas deixamos muito claro que em algum momento haveria alguma redução no cobre", disse Jean-Sébastien Jacques, chefe da divisão de cobre da Rio, aos investidores nesta quinta-feira.
"Acredito que foi a decisão certa para tirar proveito dos preços altos do cobre… mas agora não temos escolha. Precisamos fazer algumas obras para proteger a integridade do poço."
A Rio Tinto está cogitando tratar concentrados de outra empresa em larga escala no fundidor de cobre da unidade Kennecott pela primeira vez, afirmaram algumas fontes.
Jacques afirmou crer que o mercado do minério continuará com excedente no médio prazo e que isso irá pressionar os preços.
(Por Silvia Antonioli)