Por Marta Nogueira
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A empresa brasileira de serviços de óleo e gás Ocyan venceu um contrato com a Petrobras (BVMF:PETR4) para a revitalização da rede de gasodutos da petroleira na Bacia de Campos, por 1,6 bilhão de reais, em uma importante conquista após ter passado por uma reestruturação, disse à Reuters nesta segunda-feira um vice-presidente da companhia.
O contrato tem duração estimada de quatro anos e meio e será a primeira vez que a Ocyan, ex-Odebrecht Óleo e Gás, liderará um projeto desse tipo, em uma parceria com a companhia portuguesa Mota-Engil, empreiteira com atuação internacional, especialmente na Europa e África.
O anúncio ocorre após a Ocyan, que pertence ao Grupo Novonor, ter concluído em junho uma reestruturação, que contou com a cisão de sua antiga unidade de perfuração em outra companhia, batizada de Foresea, na qual terá fatia minoritária. A Ocyan segue agora como uma companhia de serviços, com uma unidade de negócios voltada para serviços de produção offshore e construção submarina e outra ligada a novas energias.
"Esse contrato para nós é muito importante... que sobretudo conquistamos depois da cisão da empresa, então mostra a força e um posicionamento muito importante no mercado de construção submarina", disse em entrevista à Reuters o vice-presidente executivo da Unidade de Serviços Integrados da Ocyan, Jorge Mitidieri.
"O contrato com a Petrobras marca de forma determinante esse novo momento da Ocyan, reflete a nossa solidez como companhia."
As atividades do contrato serão realizadas junto a duas plataformas desativadas pela Petrobras na Bacia de Campos e incluirão a instalação de diversos equipamentos submarinos como manifolds e dutos flexíveis, explicou o executivo.
A produção de gás da Bacia de Campos atualmente é escoada por quatro ramais que passam pelas plataformas e seguem para terra por meio de três gasodutos.
Com a desativação das unidades, o gás terá que contornar as plataformas por meio da instalação de dois manifolds submarinos e respectivas interligações ao sistema submarino existente.
A primeira etapa do projeto, que compreende a fase de engenharia, deverá ser iniciada imediatamente, e a previsão é que a campanha marítima tenha inicio em 2025.
A expectativa, adicionou o executivo, é que o importante contrato de EPCI, que inclui engenharia, fabricação, aquisição e instalação de equipamentos, abra caminho na busca da companhia por novos projetos.
"O negócio de gás abrirá grandes oportunidades para o mercado brasileiro nos próximos anos e a Ocyan está atenta e pronta para esse tipo de trabalho", destacou Mitidieri.
A companhia estuda diversas oportunidades no mercado para fechar novos contratos e está participando atualmente de concorrência que a Petrobras lançou para o afretamento de barcos do tipo PLSV, de lançamento de linhas, disse o executivo, sem dar detalhes.
Além disso, Mitidieri destacou que há importantes negócios acontecendo na área de construção submarina no país e citou o desenvolvimento em curso de grandes campos do pré-sal, incluindo Búzios, operado pela Petrobras na Bacia de Santos, onde haverá a instalação de diversas plataformas ao longo dos próximos anos.
O vice-presidente da Ocyan citou também oportunidades junto a petroleiras independentes, além de ligadas a descomissionamento de plataformas.
Atualmente, na área de construção submarina, além do acordo recém-firmado com a Petrobras, a Ocyan tem contrato para o descomissionamento de plataformas.
(Por Marta Nogueira)