RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Odebrecht TransPort está buscanco um parceiro internacional para atuar em rodovias no Brasil, afirmou o diretor executivo da companhia, Paulo Cesena, nesta quarta-feira.
A idéia da companhia é reproduzir na área de rodovias parcerias já firmadas pelo grupo em outros segmentos. A empresa já tem uma joint venture em mobilidade urbana com a Mitsui e com a Changi, de Cingapura, tem parceria para operar o aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro.
Segundo Cesena, a empresa já teve conversas com alguns grupos internacionais cujos nomes foram mantidos em sigilo pelo executivo. "Estamos conversando com vários. O que a gente buscou foi para cada um dos segmentos termos um investidor estratégico internacional como Mitsui, Changi e Dubai Ports World", disse o executivo a jornalistas.
O governo federal programou para este ano cinco concessões de trechos de rodovias, mas nesta quarta-feira, o secretário do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Maurício Muniz, afirmou que dificilmente o governo conseguirá realizar todos os cinco leilões.
"A gente acredita que esses projetos de rodovias vão demandar muito capital e precisa atrair investidores internacionais", afirmou Cesena.
Cesena criticou a demora na definição pelo governo federal dos financiamentos de longo prazo para o setor de rodovias e afirmou que isso é uma condição fundamental para a participação do grupo em novos leilões de infraestrutura. Segundo ele, a expectativa da Odebrecht Transport é que o financiamento "seja definido em 2 ou 3 meses".
"Os investimentos de 2016 dependem dos financiamentos de longo prazo que precisam ser definidos ainda esse ano. Você não sustenta emprego e investimento com empréstimo-ponte", disse ele. "As pessoas não podem esquecer que os lances dados nos leilões com deságio de mais de 50 por cento levava em conta essa condição", acrescentou.
(Por Rodrigo Viga Gaier)