Assunção, 22 abr (EFE).- O chefe da missão de observadores da OEA, Óscar Arias, destacou a participação "em massa" nas eleições do Paraguai, mas censurou irregularidades do processo como a compra de votos, a parcialidade de algumas autoridades eleitorais e o descontrole financeiro de partidos, além da divulgação de pesquisas.
Em entrevista coletiva para apresentar o relatório de sua missão, o representante da Organização dos Estados Americanos (OEA) confiou em que, após completar o processo eleitoral, o Paraguai retornará aos blocos regionais dos quais foi suspenso.
"Tomara que o reingresso no Mercosul e na Unasul seja o mais breve possível depois do lindo dia de ontem. Não há justificativa alguma para que tenham que esperar depois da jornada cívica" de ontem, declarou o ex-presidente costarriquenho.
No relatório, que o próprio Arias leu, a OEA detalhou uma série de irregularidades do processo no Paraguai, como a compra de votos, práticas que "constituem graves delitos eleitorais".
Também considerou "inaceitáveis" as declarações de alguns membros do Tribunal Superior de Justiça Eleitoral (TSJE) sobre o processo eleitoral e seus resultados no mesmo dia da votação, condutas que são "incompatíveis" com a "imparcialidade que a instituição deve manter".
A OEA criticou o "uso indiscriminado de enquetes fracamente reguladas" pelos meios de imprensa e em particular as de "boca de urna" no próprio dia da votação, assim como os "débeis mecanismos de controle" do financiamento dos partidos, segundo o relatório.
Igualmente observou problemas no registro "que limitou o número de eleitores" no exterior e uma composição de representantes nas mesas eleitorais que "introduz desconfiança no processo" para os partidos com menor representação.
Portanto, a OEA recomendou "reformar a composição", atualmente partidária, do TSJE promover reformas legais para uma divulgação "equitativa" das opções políticas nos meios imprensa de comunicação e uma regulação que garanta a "rigorosidade" das enquetes. EFE
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