O contrato mais líquido do ouro fechou em queda, pressionado pelo avanço do dólar ante rivais. As perspectivas de aperto monetário agressivo pelo Federal Reserve (Fed), em meio à alta da inflação, continuam pesando nos mercados.
Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para junho encerrou a sessão em queda de 0,22%, a US$ 1.814,9 a onça-troy.
A Western Union destaca que o avanço do dólar decorre de uma nova rodada de retórica agressiva do presidente do Fed, Jerome Powell, que sinalizou ontem uma prontidão para "considerar uma mudança mais agressiva" para aumentar as taxas, se a inflação permanecer teimosamente alta. Quando o dólar sobe, commodities cotadas na moeda americana se tornam menos atrativas para detentores de outras moedas.
De acordo com o TD Securities, o ouro não conseguiu manter a linha de tendência do mercado altista perto de US$ 1.830, já que Powell não ofereceu trégua ao mercado. "Com o momento de queda se firmando entre o complexo de metais preciosos, continuamos a ver mais potencial de queda para o ouro", completa. Para o Commerzbank, após os comentários do banqueiro central, alguns participantes do mercado parecem estar interpretando que o Fed vai apertar sua política monetária, mesmo que haja sinais econômicos reais de desaceleração.
Hoje, o presidente da distrital do Fed em Chicago, Charles Evans, defendeu que a instituição deve subir os juros a um nível neutro até o final este ano. Em entrevista à Bloomberg TV, ele afirmou que a política monetária "provavelmente" terá que se mover uma configuração restritiva para conter a recente escalada inflacionária nos Estados Unidos.