Alfonso Fernández.
Washington, 13 jun (EFE).- Os familiares das vítimas da tragédia de Newtown (Connecticut) e ativistas voltaram nesta quinta-feira ao Congresso dos EUA para criticar os legisladores por sua "falta de ação" e pressionar pela aprovação de leis que aumentem o controle do comércio de armas de fogo.
"A cada dia mais famílias estão vivendo tragédias similares", disse Jillian Soto, irmã de uma professora assassinada no massacre da escola de Sandy Hook em Newtown no último mês de dezembro, quando morreram 20 crianças e seis adultos.
Passados seis meses do massacre que comoveu o país, os familiares retornaram a Washington, onde se reuniram pela manhã com um grupo de legisladores, em um novo esforço para endurecer as leis que restringem o acesso às armas de fogo.
Uma primeira proposta de lei foi derrotada no Senado em abril, quando não alcançou a maioria necessária de 60 votos, e incluía a instauração da revisão obrigatória de antecedentes para as pessoas que querem adquirir armas de fogo.
"Está claro que o Senado vai aprovar esta lei", afirmou o senador democrata Harry Reid, mas não confirmou quando ela será submetida à votação.
Reid deixou claro que não aceitará uma lei que não inclua a revisão obrigatória de antecedentes e lembrou que as pesquisas indicam que 90% dos americanos apoiam esta medida.
A deputada Nancy Pelosi afirmou que "a melhor maneira de homenagear as vítimas de Newtown" é antecipar a votação da lei que vai permitir maior segurança para os cidadãos da violência causada pelas armas de fogo.
Desde o massacre Newtown, mais de 4 mil pessoas morreram por armas de fogo nos Estados Unidos.
"Nós não nos renderemos, vamos continuar lutando pela aprovação das revisões dos antecedentes", afirmou o senador Chris Murphy.
Murphy destacou que a proposta é bipartidária, mas criticou os legisladores, na maior parte republicanos, que evitaram se reunir com os familiares das vítimas de Newtown durante o dia de hoje para conhecer suas histórias.
Os familiares ainda vão ser recebidos na Casa Branca pelo presidente Barack Obama e o vice-presidente Joseph Biden.
"Elogiamos a coragem e a perseverança das famílias e continuaremos pressionando por uma legislação sensata para reduzir a violência causada pelas armas de fogo", disse Jay Carney, porta-voz presidencial.
Nas semanas seguintes à tragédia de Newtown, tanto Obama como Biden enfatizaram a necessidade de se aplicar essas medidas como modo de evitar as frequentes mortes por tiroteios nos Estados Unidos, mas não conseguiram o apoio necessário no Congresso, fortemente dividido entre democratas e republicanos. EFE
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