PARIS (Reuters) - Paris proibirá patinetes elétricos a partir de 1º de setembro, disse a prefeita da capital francesa, depois que o público votou em um referendo pela retirada dos desses veículos das ruas.
A proibição dos patinetes elétricos conquistou 89% dos votos, de acordo com a conta da prefeitura no Twitter, anunciada como uma rara "consulta pública" que gerou longas filas nas urnas eleitorais em toda a cidade. No entanto, a participação no referendo foi baixa a 7,46% dos eleitores registrados.
A prefeita Anne Hidalgo disse que respeitará a votação. "A partir de 1º de setembro, não haverá mais patinetes elétricos para alugar em Paris", disse ela em entrevista coletiva na noite de domingo.
Os operadores do serviço apontaram para o baixo comparecimento dos eleitores e disseram esperar que Hidalgo buscasse um acordo.
"Continuamos esperançosos de poder continuar trabalhando com a prefeita Hidalgo para adotar regulamentos sensatos em vez de proibir os patinetes elétricos e evitar um retrocesso em Paris", disse um porta-voz da Lime.
Os patinetes elétricos acessados por meio de aplicativos operam em Paris desde 2018, mas após reclamações sobre uma implantação tumultuada, a cidade reduziu o número de operadores para três em 2020.
A prefeitura deu um contrato de três anos às empresas, exigiu que a velocidade fosse limitada a 20 quilômetros por hora e impôs áreas designadas para estacionamento de patinetes, semelhantes às restrições impostas em outras cidades do mundo. Os atuais contratos vão até setembro.
As operadoras ofereceram mais regras, incluindo a restrição de uso a usuários com mais de 18 anos, fixação de placas para que a polícia possa identificar infratores e limitação a uma pessoa.
Em 2021, 24 pessoas morreram em acidentes relacionados a patinetes na França, incluindo uma em Paris. No ano passado, Paris registrou 459 acidentes com patinetes elétricos e veículos similares, incluindo três fatais.
Alguns participantes do referendo disseram que preferiram uma regulamentação mais rígida, em vez de um banimento.
"Não quero os patinetes fazendo o que querem nas calçadas, mas proibi-los não é a prioridade", disse Pierre Waeckerle, 35.
(Por Michel Rose, Clotaire Achi e Geert De Clercq)