SÃO PAULO (Reuters) - A recuperação da economia ajudou a confiança do consumidor do Brasil a melhora em outubro pela segunda vez seguida e atingir o melhor nível desde março de 2017, embora ainda prevaleça a cautela diante das incertezas, de acordo com a Fundação Getulio Vargas.
Os dados divulgados nesta quarta-feia pela FGV mostraram que o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) subiu 1,4 ponto e chegou a 83,7 pontos em outubro, maior patamar desde março de 2017 (85,3).
"A recuperação mais consistente da economia fez com que a confiança do consumidor retornasse ao nível anterior à crise política. Na comparação com indicadores empresariais, no entanto, a confiança do consumidor ainda é baixa, sinalizando cautela diante dos níveis elevados de incerteza", explicou em nota a coordenadora da Sondagem do Consumidor, Viviane Seda Bittencourt.
Segundo ela, a melhora do consumo vista nos últimos meses esteve mais baseada na liberação dos recursos do FGTS, na queda dos juros e na depreciação de bens duráveis do que no otimismo do consumidor.
Em outubro, houve melhora tanto da avaliação sobre a situação atual quanto das perspectivas futuras. O Índice da Situação Atual (ISA) subiu 2,3 pontos e atingiu 73,2 pontos, o melhor resultado desde junho de 2017 (74,9).
Já o Índice de Expectativas (IE) avançou 0,7 ponto, para 91,8 pontos.
Entretanto, o indicador que mede a intenção de compras de bens duráveis recuou pelo quinto mês consecutivo e foi a 71,3 pontos, próximo do patamar de abril passado (71,1), completou a FGV.
Os sinais na economia brasileira são de melhora gradual, com uma inflação e juros baixos que incentivam o consumo e sinais recentes de fortalecimento do mercado de trabalho, ainda que concentrados no setor informal.
A incerteza com a situação política, porém, permanece. O plenário da Câmara dos Deputados começa a votar nesta quarta-feira a segunda denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente Michel Temer, por crimes de obstrução de Justiça e organização criminosa.
O placar da votação é importante uma vez que dá indicações sobre a força política que o presidente terá para dar sequência a importantes reformas, em especial a da Previdência.
(Por Thaís Freitas)