(Reuters) - Bancos brasileiros esperam crescimento de 6,3% na carteira de crédito livre em 2023, segundo pesquisa da Febraban de agosto divulgada nesta segunda-feira, mostrando alguma melhora em relação ao prognóstico de junho (+6,1%).
No crédito livre destinado à pessoa física, em que as condições dos empréstimos são pactuadas sem a interferência do governo, as estimativas apontam expansão de 9,8% ao final do ano, de 9,3% calculados na última pesquisa, "impulsionado pela resiliência do mercado de trabalho e medidas de estímulo ao consumo", disse a Febraban.
Os empréstimos livres para as empresas, por sua vez, devem crescer 1,7%, contra previsão anterior de alta de 2,4%, "reflexo dos números fracos observados até o momento no segmento, impactado pelo aumento da percepção de risco e juros elevados".
A projeção para o índice de inadimplência na carteira total com crédito livre subiu a 4,9%, ante 4,8% na apuração anterior.
O levantamento é feito pela Federação Brasileira de Bancos a cada 45 dias, logo após a divulgação da ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Nesta edição, foram consultados 19 instituições entre 9 e 15 de agosto.
Para a carteira de crédito total, as expectativas na pesquisa apontam incremento médio de 7,6% em 2023, levemente abaixo dos 7,8% captados na pesquisa anterior, de junho.
"A revisão foi puxada pelo menor crescimento esperado da carteira direcionada, cuja expectativa de expansão passou de 9,7% para 9,3%", afirmou Rubens Sardenberg, diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da Febraban.
Ele também apontou em nota que, no segmento de crédito direcionado, houve piora na projeção tanto no crédito destinado às empresas -- de 7,7% para 7,2% -- como para as famílias -- de 10,7% para 10,6%.
Para 2024, a projeção para a expansão da carteira total foi revisada para cima, de 7,4% para 7,9%, com a alta liderada pela carteira com recursos livres (de 7,7% para 8,6%). A previsão para a inadimplência na carteira livre passou de 4,6% para 4,5%.
Nesta segunda-feira, o BC divulgou que as concessões de financiamentos com recursos livres tiveram queda de 9,3% em julho ante junho, enquanto a inadimplência ficou em 5,0% de 4,9% no mês anterior.
Para as operações com recursos direcionados, houve avanço de 30,4% no período.
(Por Paula Arend Laier)