Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras (SA:PETR4) deve concluir nos próximos dias o processo de arrendamento do Terminal de Regaseificação de Gás Natural Liquefeito (GNL) da Bahia por pouco mais de 100 milhões de reais, em contrato válido até o final de 2023, disseram três fontes com conhecimento das tratativas à Reuters.
A Petrobras anunciou ao final de agosto que estava em estágio avançado de negociação com a norte-americana Excelerate Energy para o processo de arrendamento.
O valor do negócio, que deve ser de 102 milhões de reais, segundo as fontes, ainda não havia sido divulgado.
"Está tudo certo, só faltam detalhes burocráticos e papelada. A expectativa é fechar negócio ainda essa semana", disse uma das fontes, que pediu para não ser identificada para falar livremente.
Procurada, a Petrobras não comentou imediatamente. A Excelerate Energy não pôde ser imediatamente contactada.
O movimento da Petrobras visa otimizar sua alocação de capital, além de colaborar para a construção de um ambiente mais favorável à entrada de novos investidores do segmento de gás natural no Brasil.
A concessão do terminal na Bahia atende a um acordo firmado entre Petrobras e órgão antitruste Cade.
A nova empresa que vai assumir o terminal de GNL na Bahia irá instalar um navio no local, permitindo então que a Petrobras desloque seu um navio regaseificador da unidade baiana para o Terminal de Regaseificação de GNL de Pecém, no Ceará.
Anteriormente, para ajudar o Brasil a lidar com a crise hidrelétrica, a Petrobras deslocou seu navio regaseificador do terminal de Pecém, onde a demanda térmica absorve aproximadamente 4 milhões de m³/d, para o terminal da Bahia, que é capaz de injetar na rede cerca de 14 milhões de m³/d, garantindo maior oferta de termoeletricidade neste momento de crise.
Há a previsão de que a unidade regaseificadora da Petrobras volte à Pecém, quando a nova companhia assumir o arrendamento do terminal da Bahia.
De setembro de 2020 a junho de 2021, a oferta de gás da Petrobras para as termelétricas praticamente triplicou, ao passar de 12 milhões para 35 milhões de metros cúbicos por dia, informou a empresa anteriormente.
Esse aumento da oferta de gás e de outros produtos, como diesel e óleo combustível, ajudaram o país a ampliar a geração termelétrica de cerca de 2 mil MW para quase 8 mil MW.