Por Marta Nogueira
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras (BVMF:PETR4) enviou na véspera, para a Bacia de Potiguar, no Rio Grande do Norte, o navio-sonda que deverá realizar perfuração na região ainda neste ano, em movimento que marcará o primeiro poço exploratório em toda a Margem Equatorial (BVMF:EQTL3) brasileira desde 2015.
Em nota nesta quarta-feira, a petroleira pontuou que o envio ocorreu após a embarcação ter passado por limpeza de casco e abastecimento na Baía de Guanabara.
Pitu Oeste será o terceiro poço da concessão BM-POT-17 e a previsão é de que a sua perfuração, a 52 km da costa, dure de três a cinco meses.
A Petrobras recebeu do órgão ambiental federal Ibama, em outubro, a licença de operação para perfuração de poços exploratórios, em águas profundas da Bacia Potiguar.
No âmbito da mesma Licença ambiental, a Petrobras planeja perfurar o poço Anhangá, na concessão POT-M-762, a 79km da costa do Rio Grande do Norte e próximo ao poço Pitu Oeste.
Em nota, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, pontuou que o novo Plano Estratégico 2024-2028 prevê investimento de 3,1 bilhões de dólares em atividades exploratórias na Margem Equatorial.
"Esse esforço já dá a medida da confiança em que depositamos no potencial dessa faixa do litoral brasileiro, muito promissora e fundamental para garantirmos a segurança energética do país", explicou Prates.
A Margem Equatorial no Brasil, uma ampla região que vai do Rio Grande do Norte ao Amapá, é vista como uma nova fronteira exploratória de petróleo e gás, com grandes perspectivas, mas também enormes desafios socioambientais.
"O poço de Pitu Oeste significa a retomada de nossas atividades na Margem Equatorial e uma campanha exploratória na qual acreditamos, pois expandirá ainda mais as atividades da Petrobras para o nordeste e o norte e ajudará a financiar a nossa transição energética", disse em nota o diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Joelson Mendes.
Com a pesquisa exploratória em Potiguar, a companhia planeja obter mais informações geológicas da área para avaliar a viabilidade econômica e a extensão da descoberta de petróleo realizada em 2013 no poço de Pitu.
Pitu já havia recebido um poço de extensão, também com descoberta, em 2015, o último a ser realizado na Margem Equatorial brasileira, onde o avanço exploratório divide opiniões no governo, especialmente no que diz respeito à exploração da Foz do Amazonas, onde o Ibama barrou a pesquisa até o momento.
(Por Marta Nogueira)