Por Luciano Costa
SÃO PAULO (Reuters) - A Petrobras (SA:PETR4) deverá apresentar resultados melhores em 2018, após fechar 2017 com prejuízo principalmente devido a um acordo para encerrar ações de investidores contra a companhia nos EUA e à adesão a um programa de regularização tributária do governo federal, disse nesta quinta-feira uma executiva da empresa.
"Não podemos garantir que daremos lucro, mas esse acordo da ‘Class Action’ foi importante. Os grandes resquícios do passado, de gestões anteriores, tiramos esses fantasmas, estamos limpando a empresa e agora a empresa entra numa normalidade", afirmou a gerente executiva de Relações com Investidores da estatal, Isabela Rocha.
"A gente espera um 2018 bastante melhor", disse ela em reunião com investidores na sede da companhia em São Paulo.
Isabela também afirmou que a Petrobras tem expectativas de sair vitoriosa em ações ainda em andamento que investidores abriram contra a companhia pelos casos de corrupção descobertos na Operação Lava Jato. Nos EUA, o caso contra a estatal foi fechado após ela aceitar pagar uma multa de 2,95 bilhões de dólares.
"É uma questão bastante jurídica, mas segundo nossos advogados no mercado brasileiro e na Holanda (onde ainda existem ações) isso não acontecerá. A gente tem grandes chances de sucesso nesses mercados", disse.
REFINO
A gerente executiva da Petrobras também disse que a companhia pretende anunciar ao mercado ainda neste ano um modelo de negócios para a busca de parceiros na área de refino.
Segundo ela, o que tem atrasado o lançamento do processo é uma desconfiança de investidores, que receiam que o governo brasileiro volte a controlar os preços de combustíveis, o que aconteceu no passado e causou prejuízos às operações da Petrobras.
Para vencer essa barreira, a Petrobras tem avaliado diversos modelos para o negócio, que poderiam até envolver a venda de uma fatia majoritária em alguns negócios de refino a parceiros, segundo a executiva.
"O que a gente quer é atrair parceiros, dar confiança aos parceiros, então a gente poderá vir a fazer isso oferecendo uma participação majoritária... Não em tudo, porque a Petrobras quer continuar a ser uma empresa integrada. Mas não posso adiantar sobre esse modelo, porque ainda está para ser aprovado pelo Conselho... São vários modelos possíveis e um deles será aprovado", afirmou.