Por Jessica Bahia Melo
Investing.com – O relatório operacional da Petrobras (BVMF:PETR4) divulgado na noite desta quarta-feira, 08, não trouxe grandes surpresas ao mercado e aos analistas, que esperam reação praticamente neutra dos mercados. Nesta quinta-feira, 09, os papéis preferenciais da estatal de petróleo apresentavam leve queda, com recuo de 0,15% às 12h42 (de Brasília), cotados a R$26,09.
O balanço da companhia deve ser divulgado em 1º março.
A Petrobras teve em 2022 um passado recorde anual na produção operada, com média de 3,64 MMboed. “Este resultado se deveu, principalmente, à entrada em operação do FPSO Guanabara (campo de Mero) e da P-71 (campo de Itapu), bem como à continuidade dos ramp-ups da P-68 (campos de Berbigão e Sururu), FPSO Carioca (campo de Sépia) e FPSO Guanabara, todos localizados no pré-sal da Bacia de Santos. Outro fator que contribuiu para este resultado foi a entrada em produção de novos poços da Bacia de Campos”, detalhou em release com a prévia operacional divulgado ao mercado.
O Itaú BBA afirma que os números operacionais mostram produção estável, com a empresa atingindo o guidance. A produção nacional de óleo e gás de 2,64 MMbpd no quarto trimestre veio em linha com os três meses anteriores, na visão dos analistas.
Entre os pontos positivos, estariam o ramp-up do FPSO Guanabara, início da produção da P-71 e novos poços na Bacia de Campos, que teriam apoiado a produção no quarto trimestre, na visão do Itaú BBA. Porém, houve uma compensação parcial pelas perdas com “manutenções e intervenções, descomissionamento das plataformas de Marlim, desinvestimentos e farm out do campo de Búzios”, destaca em relatório.
O Itaú (BVMF:ITUB4) classifica as ações da Petrobras como Market Perform, com preço-alvo de US$14,5 para as ADRs e de R$38 para ações preferenciais.
Segundo o Goldman Sachs (NYSE:GS), os dados já estavam bem mapeados pelo mercado, levando em consideração as informações anunciadas pela Agência Nacional de Petróleo (ANP). O banco espera uma reação neutra para as ações.
O Goldman Sachs mantém recomendação neutra para os papéis da Petrobras, mesmo diante de um valuation que considera barato e um potencial dividend yield em torno de 33%, devido às incertezas que rondam a empresa sobre as políticas que devem ser adotadas nos próximos anos. O preço-alvo para as ADRs é de US$10,90, enquanto para as ações ordinárias é de R$28,90 e para preferenciais de R$26,30.
A Ativa Investimentos considerou o relatório positivo e detalhou que 75% da produção no quarto trimestre veio do pré-sal. Em 2022, a produção oriunda do pré-sal atingiu 73%. “Com maiores vendas de Gasolina e QAV, as vendas do setor de refino ficaram apenas levemente inferiores às do 3T22. Com a parada programada na REPAR e a venda da REMAN, houve leve queda na produção frente ao 3T22. Em 2022, a produção caiu 6% e as vendas apenas 3%, mesmo levando em consideração a venda da RLAM, responsável por 13% da capacidade de refino da empresa ainda em 2021”, completa a Ativa.
A Ativa ressaltou o desempenho em exploração e produção, mas espera “uma recepção mais comedida por parte do mercado, que deve seguir mirando os próximos passos da empresa”. A recomendação é neutra, com preço-alvo de R$28.
Enquanto isso, o BTG (BVMF:BPAC11) considerou os números sólidos em meio “a toda a turbulência” que ronda a companhia. Segundo os analistas, o mix de produção foi positivo, com elevação da participação do pré-sal em campos lucrativos. O banco espera que, após a divulgação do balanço da companhia, os investidores direcionem toda a atenção para o possível pagamento de dividendos. Além disso, lembra que o governo recém-eleito e o CEO estão inclinados a diminuir os proventos e a companhia já pagou o suficiente para cumprir sua política atual.
“A falta de uma estratégia clara de alocação de capital torna a PBR uma chamada de negociação, com ações ação de preço provavelmente ditada por qualquer deterioração/melhoria no sentimento decorrente das declarações do governo e da administração”, aponta em relatório.
O BTG recomenda que os investidores não se animem demais em investir visando os dividendos, que estimam ficar entre 25-35% de lucros. O BTG manteve a classificação neutra para os papéis da estatal de petróleo, com preço-alvo de US$13,50 para as ADRs.