A Petrobras (BVMF:PETR4) entrou com um pedido na ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) de suspensão do prazo para realizar a exploração na Bacia da Foz do Amazonas, na Margem Equatorial. Segundo a diretora executiva de Exploração e Produção, Sílvia dos Anjos, a medida foi necessária porque ainda não houve a conclusão pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) para a permissão da petroleira começar os trabalhos no 1º poço na região.
Para não perder a possibilidade de explorar a área, foi necessário paralisar a contagem do tempo. “Nós temos um prazo da concessão, se não tem a licença, o prazo corre. Temos, então, de postergar por conta de ainda não ter conseguido a licença”, declarou a diretora.
Sílvia dos Anjos disse que a Petrobras vai furar o poço, mas, “para avaliar o sistema petrolífero, será preciso ter mais poços para fazer uma avaliação correta da área”.
Ela declarou: “A gente estava com uma sonda em janeiro do ano passado lá e já poderíamos estar hoje com uma avaliação do potencial petrolífero da região. Isso descortinaria um novo horizonte”.
Sílvia dos Anjos acrescentou que esse poço está a mais de 500 kms da foz e a 170 kms da costa em um local onde circulam anualmente mais 1.100 embarcações.
“O local onde a gente vai perfurar o poço não é um paraíso ecológico isolado, circulam mais de 1.000 cargueiros pela área. A Petrobras já perfurou mais de 5.400 poços. A perfuração do poço não causa derramamento. O maior derramamento de óleo que se tem é no transporte”, declarou.
Demandas
A diretora executiva de Assuntos Corporativos da Petrobras, Clarice Coppetti, que está à frente das negociações da Petrobras com o Ibama, disse que todas as demandas apresentadas pelo órgão ambiental já foram atendidas.
Em 2 de agosto, a Petrobras anexou ao processo uma proposta para a criação de uma base de proteção da fauna, que está sob análise da equipe técnica do Ibama.
“Todos os pontos que a equipe técnica do Ibama levantou nós respondemos, e, com essa apresentação da base de proteção da fauna, nós fechamos toda e qualquer demanda que tinha de não atendimento aos manuais do próprio Ibama. As conversas técnicas continuam e a gente está sempre em uma expectativa que essa análise esteja finalizada. Acredito que, ainda neste ano, a gente consiga um retorno da equipe técnica”, afirmou.
“O nosso diálogo sempre foi de alto nível. A gente nunca teve um diálogo fora dos padrões institucionais e de respeito mútuo. São questões processuais de análise dos manuais e se a gente está respondendo ou não. É uma região de grande complexidade do ponto de vista de logística e de conseguir profissionais capacitados. Essa base que a gente está montado lá não é só física, em terra, é articulada com o conjunto todo de embarcações e também de cabotagem”, disse Clarice.
Sílvia dos Anjos afirmou acreditar que a base de atendimento a animais no Oiapoque, proposta pela Petrobras, é uma medida de precaução adicional que a empresa apresenta no processo. “É um centro de reabilitação de animais que, eventualmente, sejam contaminados por óleo durante uma perfuração. Tenho absoluta certeza, que jamais será usado, por conta de que se em 5.400 poços não causamos isso, não será usado”, avaliou.
Com informações da Agência Brasil.