Investing.com – Analistas enxergam como retrocesso o anúncio da Petrobras (BVMF:PETR4) de que deve submeter à apreciação de acionistas alterações no seu estatuto social. Nesta manhã, a estatal informou que pretende criar uma reserva de remuneração de capital, mas não deu detalhes sobre o assunto, ainda que tenha indicado que segue vigente a política de remuneração aos acionistas. Em reação, as ações preferenciais despencavam 6,16% às 16h15 (de Brasília) desta segunda, 23, a R$35,51.
A XP Investimentos (BVMF:XPBR31) avaliou a medida como marginalmente negativa para a tese de investimentos da empresa, mas ponderou que o anúncio não era completamente inesperado. “Com o anúncio de hoje, acreditamos que mais investidores questionarão os fundamentos da tese, bem como pesarão mais probabilidade de não haver dividendos extraordinários para o exercício de 2023”, acredita a XP.
Além de considerar como um retrocesso a retirada de proibições de nomeação de administradores de alto escalão, os analistas André Vidal e Helena Kelm afirmam que o mecanismo de reserva de remuneração deve facilitar que a companhia não efetue a distribuição de dividendos extraordinários acima do mínimo conforme sua política. “Mas isso não significa necessariamente que, para o exercício de 2023, a empresa não o pagará”.
A Ativa Investimentos concorda que as sugestões são negativas para a estatal, pois com “a criação a nova ferramenta financeira, o montante efetivamente distribuído poderá ser sensivelmente inferior ou até mesmo extinto a depender do seu tamanho”.
Além disso, mudanças nos requisitos para nomeações podem resultar em maiores questionamentos a respeito da governança, mais distante da transparência de processos.
“Acreditamos que o comunicado de hoje constitua o principal motivo para a performance ruim dos ativos da petrolífera no pregão de hoje. Ademais, ilustra o porquê mantemos maior moderação e neutralidade com o papel à despeito de seu bom histórico recente”, conclui a Ativa.