Por Marianne Paim e Jéssica Bahia Melo
Investing.com - A Petrobras deve pagar aos acionistas mais de R$ 100 bilhões em dividendos em 2023 e outros R$ 84 bilhões em 2024, de acordo com projeções divulgadas nesta segunda-feira (4) pelo banco Citi. A instituição financeira levou em consideração estimativas de receitas do governo federal com dividendos por sua participação na companhia.
"Acreditamos que a companhia manterá o foco na atual política de dividendos e poderá haver potenciais dividendos extras, dependendo do caixa e da posição de alavancagem no final do ano, e dependendo da decisão do CARF. Se de fato houver dividendos extras, isso poderá ser aprovado em fevereiro de 24, mas o “risco CARF” pode continuar pesando na história de risco ascendente de dividendos da PBR", afirmam os analistas do banco.
Às 12h20 (de Brasília), os papéis ordinários (BVMF:PETR3) avançavam 2,44%, a R$36,06, enquanto os preferenciais (BVMF:PETR4) subiam 1,73%, a R$32,84.
Petrobras fora de ranking
Maior pagadora do mundo no ano passado, a Petrobras (BVMF:PETR4) registrou o maior corte de dividendos no segundo trimestre deste ano e deixou a lista com 10 maiores distribuidores de proventos na 39ª edição do Janus Henderson Global Dividend Index.
No Brasil, o trimestre foi sazonalmente quieto para os lucros brasileiros, com “o declínio subjacente de 53% refletindo principalmente o corte da Petrobras”, de acordo com o relatório JHGDI. Os dividendos anuais somaram US$4,3 bilhões no segundo trimestre deste ano, contra US$7,7 bilhões em igual período de 2022.
Considerando os mercados emergentes, os bancos apresentaram elevação nos pagamentos pela metade na comparação anual, impacto positivo que teria sido “compensado por dividendos de petróleo muito menores, principalmente no Brasil e na Colômbia”. No total, os valores anuais chegaram a US$45,2 bilhões, alta de 1,9% frente o 2T22.
Dividendos a nível internacional
Os dividendos globais somaram US$568,1 bilhões, alta nominal de 4,9% na mesma comparação. De acordo com o documento, os dados demonstram rentabilidade sólida das empresas do setor financeiro ao longo do ano passado.
Segundo o relatório, o destaque do período foi a Europa, desconsiderando Reino Unido, que apresentou novo recorde de pagamento de dividendos, de US$184,5 bilhões, com impulso dos setores bancário e automobilístico.
As maiores pagadoras de dividendos no mundo neste ano foram: Nestle (SIX:NESN), HSBC (LON:HSBA), Mercedes Benz Group (ETR:MBGn), China Mobile (HK:0941), Bayerische Motoren Werke (ETR:BMWG), BNP Paribas (EPA:BNPP), Microsoft (NASDAQ:MSFT), Allianz (ETR:ALVG), Sanofi (EPA:SASY) e Axa (BIT:AXA).
A previsão internacional para este ano é de pagamento de dividendos de US$1,64 trilhão, uma expansão de 5,0%.