Investing.com – Após ajustar as estimativas para a Petrobras (BVMF:PETR4), o banco BTG (BVMF:BPAC11) segue otimista com o papel, ainda que não considere a empresa mais a top pick do setor. Entre os motivos para a visão favorável, estariam “uma combinação de assimetria positiva nas previsões de dividendos do mercado, uma nova equipe de gestão que vem trazendo surpresas positivas e os menores riscos operacionais”. O rendimento de dividendos (ou dividend yield, em inglês), poderia chegar a 10% no ano que vem, considerando somente pagamentos ordinários, conforme estimativas da instituição financeira.
A indicação de compra possui como preço-alvo US$19 para as American Depositary Receipts (ADRs) da petroleira. Às 15h50 (de Brasília), as ações ordinárias da Petrobras caíam 0,74%, a R$40,47, enquanto as preferenciais perdiam 1,10%, a R$36,80. As ADRs, por sua vez registravam queda de 0,80%, a US$14,29.
Em relatório divulgado aos clientes e ao mercado, os analistas Pedro Soares, Henrique Pérez e Thiago Duarte entendem que, mesmo com a performance forte (em reais) da ação desde o acumulado do ano, de 14%, ainda há espaço para mais.
“Os seus fundamentos ascendentes estão entre os melhores da classe e os riscos políticos estão precificados”, reforçam os analistas.
A expectativa do banco é de que a companhia passe por novas revisões positivas nas projeções de lucros de analistas. No curto prazo, os preços do petróleo são o principal risco.
“Embora a Petrobras tenha um ponto de equilíbrio de baixo custo de caixa, DYs mais baixos poderiam levar os investidores a outros setores geradores de dinheiro (bancos, serviços públicos ou outras mercadorias)”, pondera o BTG.
Revisão nas estimativas
A projeção de investimento para 2025 foi reduzida de US$19 bilhões para US$16,8 bilhões, e a previsão para o Ebitda de 2024 foi cortada em 5% diante de preços mais fracos do petróleo brent. Para o ano que vem, a projeção de Ebitda segue em US$ 47 bilhões. A tese não contempla fusões e aquisições e o preço-alvo não foi revisado.
“Com as estimativas de Ebitda se mantendo estáveis e com investimentos mais baixos, fica claro que nossas projeções para a geração de FCFE e distribuição de dividendos estão ambas em ascensão”, destacam os analistas.
Os cálculos do BTG indicam um rendimento de dividendos (DY, na sigla em inglês) ordinário de 10% no exercício de 2025. O banco entende que pagamentos extraordinários ainda são possíveis, mas não considera a remuneração adicional no caso base.
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