Por Gabriel Codas
Investing.com - Na parte da tarde desta quarta-feira, as ações da Petrobras (SA:PETR4) operam com forte queda na B3, em um cenário negativo para o mercado de ações, sem contar a previsão de deterioração na demanda mundial pelo petróleo devido a medidas de contenção do coronavírus, o que derruba também o preço da commodity.
Com isso, por volta das 14h05, os papéis têm perdas de 2,99% a R$ 16,23. O Ibovespa caía 0,22% a 79.742 pontos, após ficar boa parte da sessão com perdas de mais de 2%.
Em relatório divulgado pela a Agência Internacional de Energia (AIE) nesta quarta-feira, a demanda global por petróleo deverá cair 9,3 milhões de barris por dia este ano, uma vez que a economia mundial está praticamente paralisada com os bloqueios causados pelo avanço do coronavírus.
O documento, que é divulgado a cada mês, a AIE destaca que a manda por petróleo cairá em abril em 29 milhões de barris por dia, para níveis nunca vistos em um quarto de século. O total representa 29% da demanda de petróleo, estimada em 100 milhões de barris do mundo a partir de 2019.
O relatório destaca que “a economia global está sob pressão de maneira nunca vista desde a Grande Depressão; as empresas estão falindo e o desemprego está aumentando. Levando assim a atividade no setor de transportes a cair drasticamente em quase todos os lugares.”
O Bradesco BBI avalia que o relatório da AIE traz um cenário no qual a “recuperação dos preços do petróleo será muito gradual. Em termos da projeção da demanda, o auge do impacto do Covid-19 deve durar um mês, com uma recuperação também muito gradual”.
O banco trabalha com três cenários para o petróleo, sendo o positivo com a produção e demanda sendo afetada por um mês, o neutro com impacto de três meses e o pessimista de cinco meses.
Paralisação de plataformas
A estatal informou sindicatos dos petroleiros a paralisação de 45 plataformas de produção de petróleo e gás natural localizadas em Estados do Nordeste e Sudeste. O comunicado é para informar sobre demissões e remanejamento de pessoal.
A empresa informa que a suspensão operacional dessas plataformas contribui pouco para a meta de corte de 200 mil barris por dia para enfrentar a crise. A expectativa é de anúncio de mais paralisações nos próximos dias.
As plataformas paralisadas correspondem a 5% da meta de corte, com uma capacidade produtiva de 10 mil barris por dia.