LONDRES (Reuters) - A petroleira francesa Total deverá vender mais ativos e cortar custos para gerar mais caixa e deverá reformular seus planos de exploração após reduzir a meta de produção de petróleo.
A Total, que vem sofrendo com interrupções na produção na Líbia, Cazaquistão e Nigéria, disse nesta segunda-feira que reduziu sua meta de produção em 2017 para 2,8 milhões de barris de óleo equivalente por dia, ante 3 milhões anteriormente.
A maior empresa francesa por valor de mercado e quarta maior petroleira do Ocidente lançou uma estratégia de "alto risco, alto retorno" dois anos atrás. Mas os resultados até o momento têm sido decepcionantes, com investimentos de alto custo fracassando em gerar grandes descobertas.
"Nós temos mais de 15 grandes projeto para impulsionar crescimento futuro. Dois terços destes projetos são operados por nós e isso nos dá confiança para atingir as metas", disse o diretor-financeiro da companhia, Patrick de La Chevardiere, em um encontro com investidores em Londres, nesta segunda.
A Total, como outras grandes petroleiras, está sob pressão dos acionistas para reduzir custos e elevar o pagamento de dividendos, em um momento de alta de custos e fraqueza nos preços do petróleo que reduzem as margens de lucro.
A companhia planeja vender ativos equivalentes a 10 bilhões de dólares entre 2015 e 2017, após atingir a meta de vendas de 15 bilhões a 20 bilhões entre 2012 e 2014.
Desde 2010, a Total gerou 30 bilhões de dólares em caixa com a venda de ativos, disse De La Chevardiere.
O volume torna o plano da Total um dos mais ambiciosos planos de desinvestimentos do setor, junto com o da BP, de 50 bilhões de dólares.
De La Chevardiere não quis comentar quais ativos a companhia poderia vender, acrescentando que sob o plano de vendas anterior a companhia se desfez de negócios tanto no setor de produção de petróleo quanto de refino e distribuição de combustíveis.
O plano de investimentos da companhia deverá cair para 25 bilhões de dólares em 2017, após um pico de 28 bilhões em 2013.
No ano passado, a Total venceu, junto com um grupo de outras quatro empresas liderado pela Petrobras o leilão da área gigante de Libra, no pré-sal brasileiro.
(Por Dmitry Zhdannikov)