SÃO PAULO (Reuters) - O fundo de pensão dos funcionários da Petrobras (SA:PETR4) pediu nesta segunda-feira mais tempo para apresentar um plano de equacionamento de déficit acumulado em 2015, após o prazo ter se encerrado no final de dezembro.
A Fundação Petrobras de Seguridade Social (Petros), segundo maior fundo fechado de previdência complementar do país, encerrou 2015 com um déficit atuarial de 22,6 bilhões de reais no Plano Petros do Sistema Petrobras (PPSP)--plano de benefício definido.
A legislação exige que o déficit seja equacionado para garantir a sustentabilidade do plano e as contribuições para cobrir o rombo devem ser divididas paritariamente entre patrocinadora e participantes.
Em meados de setembro, o presidente da Petros, Walter Mendes, afirmou à Reuters que a fundação tinha expectativa de aprovar o plano para o déficit até dezembro.
O PPSP atende cerca de 76 mil participantes, dos quais 55 mil são assistidos. Ao longo de vários anos, o plano sofreu com investimentos malsucedidos feitos pelos gestores, incluindo recursos aplicados na afretadora de sondas para exploração de petróleo Sete Brasil, que está em recuperação judicial, até casos de fraudes.
O pedido de mais prazo foi feito à Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), órgão regulador do setor, afirmou a Petros em comunicado à imprensa.
"Os novos dirigentes (da Petros) necessitam de maior prazo para analisar criteriosamente os diversos cenários e estudos existentes e buscar alternativas que possam mitigar o impacto do equacionamento nos rendimentos dos ...participantes ativos e assistidos do PPSP", afirmou a Petros no pedido feito à Previc.
A entidade afirmou que desde setembro a diretoria da fundação tem passado por mudanças e que elas foram concluídas apenas em dezembro.
Além de mais prazo, a Petros pediu à Previc um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o cronograma de elaboração e aprovação do plano de equacionamento a ser realizado em 2017.
(Por Alberto Alerigi Jr.)