Madri, 23 out (EFE).- A economia espanhola encolheu 0,4% no terceiro trimestre do ano, dando prosseguimento a sua trajetória de contração iniciada há um ano, segundo o relatório trimestral econômico do Banco da Espanha.
O boletim da instituição supervisora acrescentou que as condições financeiras adversas estão "mais atenuadas" e que a queda da demanda nacional se suavizou ao cair 1,2%, dois décimos a menos que entre abril e junho.
A evolução da demanda no terceiro trimestre foi afetada positivamente pela antecipação de gastos diante da alta do IVA e também pelo "alívio" que significou o plano de pagamento a provedores sobre as contas das sociedades e dos empresários.
No entanto, o Banco da Espanha prevê que o consumo voltará a cair no final de ano, com a eliminação do efeito "amortecedor" pela antecipação das compras, sobretudo de bens duráveis, aliado ao impacto pela diminuição dos salários.
O relatório assinalou que o elevado desemprego, a queda da renda disponível real e as restritas condições financeiras, assim como a continuação do processo de desendividamento das famílias segue freando o consumo.
A queda do consumo público se intensificou no terceiro trimestre, enquanto a demanda externa teve uma contribuição positiva sobre o PIB "mais baixa" que no trimestre anterior.
O organismo presidido por Luis María Linde resumiu que entre julho e setembro a economia espanhola se caracterizou pelo enfraquecimento generalizado da atividade exterior e a persistência de um clima de "elevada incerteza".
O boletim advertiu que o investimento imobiliário parmanece desaquecendo apesar dos preços menores dos imóveis, pois a incerteza permanece.
Além disso, o relatório apontou que demanda externa e as perspectivas desfavoráveis econômicas do mercado interno seguem pesando negativamente nas decisões das empresas.
Sobre o mercado de trabalho, o Banco da Espanha avisou que o desemprego mantém sua tendência e "poderia subir levemente no terceiro trimestre".
O Banco da Espanha afirmou ainda que os mercados mundiais se encontram em fase de desaceleração e assinalou que os efeitos das reformas estruturais demorarão algum tempo para serem completamento percebidos. EFE