BERLIM (Reuters) - Pilotos e a tripulação da Ryanair, na Alemanha, realizaram uma paralisação de um dia inteiro nesta quarta-feira e ameaçaram novas greves para pressionar a administração em negociações trabalhistas com a maior companhia aérea de baixo custo da Europa.
A Ryanair havia anunciado na terça-feira que cancelaria 150 de um total de 400 voos programados para voar para e da Alemanha na quarta-feira devido à greve e advertiu que tais ações "desordenadas" levariam a cortes de empregos se continuassem.
O sindicato dos pilotos alemães Vereinigung Cockpit (VC) pediu à Ryanair para concordar com a mediação em sua disputa sobre salários e condições, mas tem havido desacordo sobre quem deve ser o mediador.
O sindicato ameaçou atacar ainda mais se a administração não fizer uma oferta melhor.
"Enquanto a Ryanair não fizer ofertas melhoradas, pode haver mais greves aqui", disse o negociador do VC, Ingolf Schumacher.
A Ryanair diz que sua última oferta à VC atende a todas as demandas do sindicato e que as greves não são razoáveis.
A companhia aérea irlandesa tem sido criticada por sindicatos, especialmente na Alemanha, por sua prática de empregar alguns pilotos por meio de agências terceirizadas, como a McGinley Aviation.
A companhia aérea decidiu, no ano passado, reconhecer os sindicatos na tentativa de melhorar as relações com seus pilotos e facilitar uma crise de pessoal.
O sindicato de serviços alemão Verdi está buscando um substancial aumento salarial, bem como contratos locais para cerca de 1.000 tripulantes de cabine na Ryanair. A administração, no entanto, ofereceu contratos locais apenas a partir de 2022, conforme o sindicato.
"Se você comprar uma passagem mais barata que o táxi para o aeroporto, todos devem perceber que há algo errado com o sistema, que esses preços não podem financiar a empresa", disse Andreas Splanemann, porta-voz da Verdi, no aeroporto de Schönefeld, em Berlim.
No maior aeroporto da Alemanha, em Frankfurt, os membros do sindicato carregavam cartazes dizendo "Ryanair pare de apertar sua tripulação".
(Reportagem de Maria Sheahan e Klaus Lauer)