Por Jeffrey Heller
JERUSALÉM (Reuters) - Israel ficou mais perto de uma nova eleição nesta segunda-feira, uma vez que os esforços do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu para formar um governo após a votação nacional do mês passado continuam sem resultado.
O Parlamento decidiu se dissolver em uma votação preliminar. Para se desfazer e marcar uma data para a eleição os parlamentares ainda precisam realizar uma votação final, o que deve ocorrer na quarta-feira.
Netanyahu, que lidera o partido de direita Likud, tem até as 18h da quarta-feira (horário de Brasília) para montar um governo, tarefa que lhe foi delegada pelo presidente Reuven Rivlin após a eleição de 9 de abril.
Em um discurso televisionado após a votação inicial no Parlamento, Netanyahu prometeu continuar as conversas de coalizão e disse que uma nova eleição seria desnecessária e custosa demais.
"Muito pode ser feito em 48 horas", disse. "Os desejos dos eleitores podem ser respeitados, um governo forte de direita pode ser formado."
No poder há uma década e correndo risco de ser indiciado por corrupção, Netanyahu tem tido dificuldade para firmar um acordo com uma variedade de partidos de direita, extrema-direita e judeus ultraortodoxos que lhe garantiria um quinto mandato.
O premiê nega ter cometido qualquer irregularidade e deve argumentar contra a intenção do procurador-geral de indiciá-lo por acusações de fraude e propina em uma audiência de pré-julgamento marcada para outubro.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, expressou solidariedade com os dramas políticos de Netanyahu em reação à oposição do ex-aliado e ex-ministro da Defesa Avigdor Lieberman.
"Torço para que as coisas se acertem na formação da coalizão em Israel, e Bibi e eu possamos continuar a tornar a aliança entre a América e Israel mais forte do que nunca", tuitou Trump usando o apelido de Netanyahu. "Muito mais para fazer!"
Embora uma segunda eleição nacional no mesmo ano --que seria algo inédito em Israel-- represente novos riscos políticos para Netanyahu, desobrigaria Rivlin de incumbir outro parlamentar de formar uma coalizão depois que o prazo de quarta-feira vencer.
(Reportagem adicional de Maayan Lubell)